A família real saudita ainda é a maior acionista da AramcoDivulgação
Jogadoras assinam carta aberta à Fifa contra patrocínio de estatal saudita
Mais de 100 atletas questionam violações de direitos humanos do governo do país
Mais de 100 jogadoras profissionais de diferentes países assinaram uma carta à Fifa pedindo que encerre o contrato de patrocínio com a Aramco, estatal petrolífera da Arábia Saudita. As atletas acusam as autoridades do país de "violações brutais dos direitos humanos" e afirmam que não é do desejo do grupo o "encobrimento destas violações".
O comunicado é através do site "Athletes of the World", com um espaço aberto para as jogadoras incluírem seus nomes no manifesto. O movimento conta com grandes jogadoras da elite mundial do futebol feminino na linha de frente, como a estadunidense Becky Sauerbrunn, bicampeã mundial (2015 e 2019) e campeã olímpica (2012), a canadense Jesse Fleming, campeã olímpica em 2021 e Vivianne Miedema, astro da seleção holandesa.
A Fifa assinou um novo contrato em abril, válido por quatro anos, que deixará a Aramco como patrocinadora de diversos torneios, como a Copa do Mundo masculina em 2026 e a Copa do Mundo feminina em 2027. O principal ponto do protesto são as práticas do governo saudita.
"As autoridades sauditas têm gasto bilhões em patrocínio esportivo para tentar desviar a atenção da reputação brutal de direitos humanos do regime, mas seu tratamento às mulheres fala por si. É por causa dos cidadãos da Arábia Saudita, cujos direitos humanos estão sendo violados, que estamos nos manifestando. Não queremos fazer parte do encobrimento dessas violações", diz trecho da carta.
O grupo de jogadoras fez um apelo para que outro patrocinador seja escolhido no lugar da empresa. O governo da Arábia Saudita com o fundo soberano do país soma 98% das ações.
"Pedimos à Fifa que reconsidere essa parceria e substitua a Saudi Aramco por patrocinadores alternativos, cujos valores se alinhem com a igualdade de gênero, os direitos humanos e o futuro seguro do nosso planeta. Uma corporação que tem uma responsabilidade flagrante pela crise climática, de propriedade de um estado que criminaliza indivíduos LBGTQ+ e oprime sistematicamente as mulheres, não tem lugar para patrocinar nosso belo jogo."
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