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Conheça o jogo mais sanguinolento da história da Libertadores
Esporte

Conheça o jogo mais sanguinolento da história da Libertadores

Boca Juniors x Sporting Cristal, em 1971, recorde de expulsões, árbitro preso e até morte

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Boca Juniors x Sporting Cristal, pela Libertadores de 1971, pode ser considerado o jogo mais sanguinolento da história do futebol mundial. Vários expulsos, feridos, internados e até mesmo uma história com final completamente trágico. Uma batalha campal que abalou até mesmo a relação diplomática entre Argentina e Peru
No dia 17 de março de 1971, o Boca Juniors recebeu na Bombonera no Sporting Cristal com a missão de vencer para seguir com chances de classificação para a segunda fase da Libertadores, que naquela época só dava vaga para o primeiro colocado de cada grupo
Aos 39 minutos do segundo tempo, quando o placar apontava 2 a 2, veio o caos. Depois de o árbitro uruguaio Alejandro Otero negar a marcação de um pênalti a favor do Boca Juniors, após uma jogada de empurra-empurra na área, o zagueiro argentino Suñé (foto) comandou uma verdadeira pancadaria para cima dos peruanos. A partir daí o que se viu foi uma verdadeira barbárie
O saldo da batalha foi estarrecedor: 19 jogadores expulsos, três feridos e 50 presos entre jogadores membros da comissão técnica e até mesmo o árbitro. O caso mais grave de todos foi o do jogador peruano Mellán (foto) que ficou dois dias internado no hospital por causa de uma concussão cerebral resultado de vários pontapés recebidos na cabeça.
A parte mais trágica da história recaiu sobre o jogador peruano Orlando de la Torre (foto), da seleção nacional e do Sporting Cristal. Em Lima, a mãe dele teve um infarto fulminante ao ver pela TV o filho apanhando de dois jogadores argentinos. De la Torre foi retirado da cadeia por um dirigente peruano e embarcou para o Peru para receber a trágica notícia na manhã seguinte.
A pancadaria desencadeou um gravíssimo incidente diplomático envolvendo Peru e Argentina. A delegação do Sporting Cristal recebeu um telegrama do presidente peruano, o general Juan Velasco Alvarado, que felicitava os jogadores pela honra e fidalguia com que lutaram dentro de campo para defender a bandeira peruana
Para piorar ainda mais a situação, o jornal argentino \'Crónica\' publicou um texto com alto teor xenofóbico, dizendo que o Peru era um país que vivia de futebol, fome e ignorância e que seus torcedores eram extremamente selvagens e com complexo de inferioridade
A Conmebol puniu o Boca Juniors com a eliminação sumária da Libertadores. La Bombonera ficou fechada por um bom tempo. Os presidentes dos dois países tiveram que marcar um encontro em outubro daquele ano para selar a paz
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