Lucas Paquetá em treino pela seleção brasileiraRafael Ribeiro / CBF
"Nessas condições, entendemos que sua participação em um depoimento perante a CPI na data agendada poderia comprometer o exercício pleno de seu direito de defesa, gerando o risco de decisões inconsistentes e especulações midiáticas desnecessárias", afirmou a defesa de Paquetá.
Paquetá foi convidado - e não convocado - a prestar depoimento atendendo ao pedido do presidente e do vice-presidente da CPI, os senadores Jorge Kajuru e Eduardo Girão (Novo-CE).
O Senado nacional investiga denúncias e suspeitas de manipulação de resultados no futebol brasileiro, justamente com foco no mercado de apostas esportivas, e quer explicações de Paquetá, mesmo com seu caso ocorrendo na Inglaterra.
O nome de Paquetá retornou à pauta brasileira após reportagem publicada pelo Uol apontar transferências bancárias de familiares do meio-campista para Luiz Henrique, do Botafogo. A publicação foi anexada à investigação em curso na FA, na Inglaterra.
Paquetá está na mira do tribunal por cartões amarelos "suspeitos" recebidos nas partidas diante do Leicester em 2022, contra o Aston Villa, o Leeds United e o Bournemouth em 2023, todos no Campeonato Inglês. A Investigação já dura um ano. Contudo, pode até ser banido do futebol caso se comprovem as fraudes. A FA fez mais duas denúncias ao jogador. De acordo com o jornal The Sun, agora por "obstrução à investigação" já que ele se desfez do celular que era analisado pela entidade britânica.
O meia vem defendendo seu clube na Inglaterra e a seleção brasileira enquanto não se comprova sua participação no esquema de apostas. Em 2023, quando o caso veio à tona, o jogador foi cortado da convocação do então técnico Fernando Diniz. Ele retornou a defender o Brasil neste ano, já sob o comando do treinador Dorival Júnior.
TIO DE PAQUETÁ DARÁ DEPOIMENTO
Tio de Lucas Paquetá, Bruno Tolentino também foi convocado a depor. E a data de seu depoimento está mantida. Ele falará com os senadores nesta quarta, a partir das 14h30. No entanto, conseguiu habeas corpus no STF, concedido pelo ministro Nunes Marques, para ficar calado durante a oitiva.
A convocação de Bruno Tolentino é justificada por sua suposta "participação em operações financeiras" que levantam "suspeitas de envolvimento em esquemas de apostas esportivas", de acordo com o requerimento do presidente da CPI, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO).
O documento se baseia em reportagem que indica que Bruno Tolentino e seu filho, Yan, teriam transferido R$ 40 mil ao atacante Luiz Henrique, hoje no Botafogo, logo após ele ter recebido dois cartões amarelos, quando defendia o Betis, da Espanha, em 2023, levantando a possibilidade de beneficiar apostadores. O jogador foi investigado pela Real Federação Espanhola de Futebol, mas o processo acabou arquivado.
"A oitiva do convocado será fundamental para elucidar o contexto das transferências financeiras, os detalhes de suas apostas e possíveis influências nas competições", justificou Kajuru.
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