Dorival Júnior é o técnico da seleção brasileiraNelson Almeida/AFP
Dorival faz balanço positivo do 2024 da Seleção: 'Trabalho vem melhorando'
Técnico destacou volume de jogo contra o Uruguai e lamentou erros da equipe em finalizações
Salvador - A seleção brasileira encerrou seu 2024 com empate em casa diante do Uruguai pelo placar de 1 a 1, pela 12ª rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Em entrevista coletiva, o técnico Dorival Júnior analisou o jogo na Arena Fonte Nova e fez um balanço positivo do ano do Brasil destacando a evolução da equipe.
"O trabalho vem melhorando a cada momento. Percebo isso em todas colocações dos jogadores. Essas últimas duas partidas tivemos um bom volume, poderíamos ter uma sorte melhor, um gol a mais daria a chance de finalizarmos este ano na segunda posição. Acho que muitas coisas mudaram. Estamos num caminho, queremos o resultado, estamos próximos que isso aconteça, mas temos que ter paciência para encontrar a equipe ideal, uma que passe mais confiança ao torcedor", disse Dorival.
Diante da Celeste, o Brasil fez um primeiro tempo abaixo do esperado em jogo truncado com o sistema defensivo armado por Marcelo Bielsa. Após sair atrás no começo da segunda etapa, Gerson deixou tudo igual e o time buscou pressionar pela virada, mas sem êxito.
"Tivemos volume, oportunidades, mas não concluímos da maneira ideal. Pela forma que nós atuamos desde o primeiro tempo, nós aguardávamos um resultado diferente. Tivemos a paciência na primeira etapa de buscar os passes certos, mesmo com uma marcação consistente. Trabalhamos em cima disso. Mas jogamos com aproximação, mas o que faltou foi nos momentos finais as infiltrações para ter definições de maneira direta."
Quando questionado sobre a segurança no cargo de treinador da seleção brasileira, Dorival despistou e jogou a responsabilidade para Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, e Rodrigo Caetano, coordenador executivo das seleções masculinas.
Para o comandante da equipe, os tropeços recentes do Brasil nas Eliminatórias não refletem o que está sendo o trabalho. Dorival vê evolução nas janelas de convocação e crê em um melhor desempenho no próximo ano.
"Acho que quem pode responder melhor que eu é o diretor de futebol e o presidente. Até então, todos estão vendo e acompanhando os trabalhos. Rodrigo (Caetano) não perde um treinamento, está em todos os trabalhos e palestras. O resultado é avaliado desta forma. No Brasil, as pessoas são 'resultadistas'. Eu sei disso. Vivi a vida assim nos clubes. Eles confiaram, acreditaram e sempre contribui com resultados."
"Acho que nós tivemos mais coisas boas que negativas no último ano, mas acho que os resultados encobrem isso. Tenho os pés no chão e acredito que as coisas estão acontecendo. Não tenho receio em afirmar, pela minha experiência, meu sentimento com os jogadores, que as coisas estão acontecendo. A confiança é grande", afirmou.
Trocas na equipe e postura
"Nós estamos buscando a melhor forma de administrar a equipe. O jogo foi muito aberto no segundo tempo, não é o que queremos. O Uruguai se defendeu muito bem. Atacamos por todos os lados, buscamos ultrapassagens pelas laterais. De um modo geral, estamos buscando equilíbrio para que seja diferente. A nossa posse de bola tentamos transformar em jogadas agudas. Tivemos um bom volume, mas não concluímos. Vamos transformar esse processo e tentar fazer com que melhore com o tempo."
Há dificuldade para concluir as jogadas?
"Eu concordo que precisamos ser mais diretos e incisivos. Jogamos contra uma equipe altamente qualificada e segura defensivamente. A equipe do Uruguai é a que mais rouba bolas com pouco tempo que seu adversário está com elas nos pés. Eles levam cinco a seis segundos para roubar a bola. Hoje eles tiveram que balançar o tempo todo. Não sei o que houve com o Darwin, talvez saiu pelo desgaste de ter que correr atrás de nós. Sei que ainda não estamos da forma ideal, mas estamos melhorando, tenho certeza. O que está nos faltando é isso (definir as jogadas)."
Resultados nas Eliminatórias
"Nós, brasileiros, sempre olhamos o lado negativo das coisas. "O Brasil só subiu uma posição". Eu vejo por outro lado. Não estaria satisfeito se fôssemos o segundo colocado, por um gol que faltou. Ainda estamos em um processo. Com a segunda posição, não estaríamos satisfeitos. Estaríamos buscando ainda uma melhora. E ela está acontecendo. A equipe precisa de um equilíbrio melhor. O time terminou com seis atacantes em campo."
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