Jorge Jesus é o técnico do Al-HilalDivulgação / X @Alhilal_FC
'Me sinto como o Pedro Álvares Cabral do futebol português no Brasil', diz Jorge Jesus
Treinador também admitiu saudade do tempo em que esteve no Flamengo
Rio - Jorge Jesus fez uma comparação com o navegador Pedro Álvares Cabral ao defender como o futebol brasileiro mudou após sua passagem pelo Flamengo. Em entrevista ao site "ge", ele citou que atualmente as equipes usam a pressão alta e ainda elogiou os compatriotas Abel Ferreira (técnico do Palmeiras) e Artur Jorge (ex-técnico do Botafogo). O Mister também afirmou que "o treinador português é o melhor treinador do mundo".
"Sim, a minha passagem obrigou o futebol brasileiro e o próprio treinador a olhar o jogo de outra maneira. Quando chegamos, o futebol era muito de posição, de pouca pressão. Hoje, não, eles já sabem o que é fazer pressão alta. Esse foi um dos componentes do jogo que fizeram mudar o futebol brasileiro, porque a qualidade que o jogador tem continua, o talento continua todo lá, mas no futebol só o talento não ganha jogos hoje em dia. O talento com a qualidade do trabalho é o que ganha títulos e jogos. Hoje, as grandes equipes do Brasil estão a ir por essa mudança, como na Europa".
"E, sim, sinto que deixamos um legado para que os outros treinadores portugueses, como Abel (Ferreira) e Artur Jorge, tivessem a continuidade dessa ideia de jogo. Isso fez com que três treinadores portugueses no espaço de cinco anos ganhassem. Eu me sinto como o Pedro Álvares Cabral do futebol português no Brasil, onde foi confirmado e justificado. O treinador português é o melhor treinador do mundo. Não estou dizendo que são todos iguais. O Messi não são todos Messis e nem Neymar, nem Ronaldinho... Mas dentro do que três, quatro treinadores portugueses, são os melhores do mundo".
Jorge Jesus trabalhou no futebol brasileiro entre 2019 e 2020. Pelo Flamengo, ele conquistou Libertadores, Brasileirão, Recopa Sul-Americana, Supercopa do Brasil e Campeonato Carioca. Na entrevista, ele admitiu que sente saudades daquele tempo.
"Nós, no português, temos essa palavra saudade, e eu tenho saudade do tempo em que estive no Flamengo. Não só do clube em si, mas também da cidade. Apesar de estar bem em Riad, que é uma cidade fabulosa, mas o Flamengo foi um clube, a equipe em si, os jogadores em si, foram os que me acolheram e batizaram como se fosse um treinador diferenciado para eles. Acreditaram muito em mim e se preocuparam muito comigo até no que eu fazia fora do Flamengo. Não sei se mais alguma vez terei um grupo como esse".
A comparação do Flamengo de 2019 com o Botafogo de 2024 também foi abordada. Ele destacou os méritos do Glorioso e disse que ficou feliz por Artur Jorge, mas não tem dúvidas para colocar o Rubro-Negro acima.
"Isso nem tem conversa, não é comparação possível. Não é por eu ter sido o treinador do Flamengo, mas estão comparando o Flamengo do meu tempo, que ganhou tudo o que havia para ganhar. O Botafogo não ganhou, o Botafogo ganhou a Libertadores e o Brasileirão. No meu tempo, ganhamos o Estadual, o Brasileirão, a Libertadores, a Supercopa, a Recopa... Sei lá, tudo o que tinha para ganhar. O Botafogo teve méritos, eu acompanhei muito, fiquei feliz pelo Artur Jorge ter realizado esse feito, mas não há comparação possível. A qualidade de jogo que o meu time tinha e a qualidade de jogo que o Botafogo tinha não dá para comparar".
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