Rio - Maior nome brasileiro do badminton atualmente e atleta com três Olimpíadas disputadas, Ygor Coelho passou por uma situação nada agradável no México. O atleta embarcou rumo ao país para disputar a Copa Pan-Americana por Equipes pelo Brasil, mas acabou deportado ao chegar lá.
Ygor partiu da Dinamarca, onde mora atualmente, para a Holanda, onde pegou o voo rumo ao México. De acordo com a Confederação Brasileira de Badminton, o atleta foi deportado por estar com o visto americano vencido e sem o visto do Canadá em mãos, o que impede sua entrada no México.
"A legislação local para entrar no país cobra que a pessoa preencha um dos pré-requisitos a seguir: visto americano válido, visto canadense presencial válido ou o visto mexicano. No momento de sua entrada, ele estava com o visto americano vencido e o do Canadá não era o presencial. Ygor apresentou documento comprovando residência na Dinamarca, mas não foi suficiente para as autoridades locais", escreveu a entidade em nota.
Em suas redes sociais, Ygor fez uma postagem já retornando para a Dinamarca e afirmou ter sido barrado no México por xenofobia.
"Quero dizer que isso está bem errado. Antes da gente embarcar para o país que precisa de visto, a gente tem que apresentar o visto para as pessoas responsáveis. O cara me deixou embarcar, o que significa que meu visto era válido para entrar no México. Chegando lá, as autoridades mexicanas me trataram como nada, expliquei que era atleta e estava lá para competir, mas não me deixaram ligar, pegaram meu telefone e meu relógio, riram da minha situação. Não consegui beber água e nem comer direito. Passei por momentos difíceis, mas agora estou bem", afirmou.
"O que eu espero é que a Confederação, junto com o Comitê Olímpico Brasileiro, o Ministério do Esporte e a Embaixada brasileira, tanto no México, como no Brasil, não deixem esssa história barato, porque foi xenofobia. Eu estava sozinho, sou preto de cor e sou brasileiro. Isso foi racismo e xenofobia. Garanto com todas as letras que foi isso. Sequer pararam para me ouvir. Pegaram meu passaporte e me mandaram para a entrevista, sem critério, não seguiram uma linha de vistos e processos legais, fizeram as regras deles", completou.
Veja a nota da Confederação Brasileira de Badminton na íntegra
"A Confederação Brasileira de Badminton (CBBd) lamenta informar que o atleta Ygor Coelho não poderá representar o Brasil na Copa Pan-Americana por Equipes de 2025, competição que ocorre no México a partir desta quinta-feira (13).
Ao desembarcar no México na quarta-feira (12), o jogador foi detido pelas autoridades locais por problemas com o visto de entrada. Ygor ligou para o Marco Vasconcelos, técnico da seleção brasileira de Badminton, que imediatamente acionou José Roberto Santini Campos, presidente da entidade.
Ciente da situação que o jogador estava vivendo, a CBBd iniciou ações para tentar solucionar a questão e auxiliá-lo, inclusive junto ao Comitê Olímpico do Brasil (COB) e à organização da Copa Pan-Americana, via presidente da Confederação Mexicana e Pan-Americana de Badminton. Por fim, a CBBD também acessou a Embaixada Brasileira na Cidade do México, que explicou que o atleta seria deportado como forma de cumprir a legislação do país-sede do campeonato.
Inicialmente, Ygor Coelho saiu de Billund, na Dinamarca, em aéreo emitido pela Confederação, e foi para Amsterdã, de onde seguiu para a Cidade do México. Segundo a legislação local, para entrar no país a pessoa precisa preencher um dos pré-requisitos a seguir: visto americano válido, visto canadense presencial válido ou o visto mexicano. No momento de sua entrada, ele estava com o visto americano vencido e o do Canadá não era o presencial. Ygor apresentou documento comprovando residência na Dinamarca, mas não foi suficiente para as autoridades locais.
A CBBd conseguiu contato com Ygor durante esta madrugada no Brasil e confirmou que ele voaria de volta para Billund, na Dinamarca, no voo 0686 da empresa aérea KLM. Ygor está bastante chateado com a situação e com a impossibilidade de representar o Brasil na Copa Pan-Americana por Equipes, e a CBBd segue em contato com o atleta e seus familiares para oferecer toda a ajuda necessária até seu retorno ao país onde reside."
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