Rio - A CBF decidiu assinar, na tarde desta quinta-feira (20), uma carta junto à Conmebol onde as entidades afirmam estarem “comprometidos com a luta contra o racismo, a discriminação e qualquer ato de violência”. As outras nove associações sul-americanas também assinaram o documento.
Na carta, eles afirmam que a Conmebol, mesmo com as críticas recentes pelas punições brandas em casos de racismo, “está em linha com as medidas mais rigorosas implementadas nas mais importantes ligas, confederações e Fifa”.
O documento foi elaborado em meio a uma enorme polêmica causada pelo presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez. No evento do sorteio dos grupos da Libertadores, ele afirmou que a Libertadores sem clubes brasileiros seria como "Tarzan sem Chita" e causou revolta. Vale lembrar que a personagem Chita era uma chimpanzé.
A declaração aconteceu dias após a Conmebol decidir aplicar multa de 50 mil dólares ao Cerro Porteño após torcedores imitarem macaco para o atacante Luighi, do Palmeiras. A punição foi motivo de reclamação por parte da presidente do time paulista, Leila Pereira.
Leia a carta na íntegra
Atos de racismo, discriminação e violência no futebol
Na CONMEBOL estamos comprometidos com a luta contra o racismo, a discriminação e qualquer ato de violência, dentro e fora dos estádios de futebol.
Estamos perante um problema social mundial que se manifesta através de diversas formas e costumes que afetam muitas sociedades de uma forma particular.
A atuação da CONMEBOL está em linha com as medidas mais rigorosas implementadas nas mais importantes Ligas, Confederações e FIFA.
Como parte da nossa política de combate a esse flagelo, além do que já foi exposto trabalhamos em conjunto com o Observatório de Discriminação Racial no Futebol e o Instituto de Políticas Públicas de Direitos Humanos do MERCOSUL (IPPDH).
No último dia 17 de março, nosso Presidente, Sr. Alejandro Domínguez, por ocasião do sorteio da CONMEBOL Libertadores e da CONMEBOL Sul-Americana, comprometeu-se publicamente a convocar as autoridades governamentais e as Associações Membro, a fim de dialogar sobre critérios para enfrentar e perseguir este flagelo.
Consequentemente, no dia 27 de março, a convite da CONMEBOL, os Embaixadores dos dez países sul-americanos que compõem a Confederação e os representantes das Associações Membros se reunirão para debater a luta contra o racismo, a discriminação e a violência. Os resultados desta reunião serão apresentados na reunião do Conselho agendada para 7 de abril.
As Associações Membro que compõem o Conselho Diretivo da CONMEBOL, subscrevem através deste comunicado um chamado à reflexão para estabelecer um clima sem violência, sem discriminação e sem racismo e assim evitar qualquer tipo de manifestação que provoque aumento do confronto entre torcedores e divisão entre os sul-americanos.
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