O anúncio oficial da renovação de contrato de Gatito Fernández, até 2021, marca a simbólica passagem de bastão do ídolo Jefferson para o novo herói alvinegro. Com a aposentadoria confirmada para dezembro, o camisa 12 sente que a meta do Botafogo está em boas mãos. Personagem central da conquista do título carioca, com duas defesas na disputa de pênaltis com o Vasco, Gatito sonha construir seu legado em General Severiano.
"Cada um tem sua própria história, aos poucos vou buscando meu espaço e fico muito feliz com o que tem acontecido no Botafogo. Quero deixar um legado como ele (Jefferson) deixa para nós, um clima positivo no vestiário", disse Gatito, na coletiva concedida no Nilton Santos.
O dia seguinte à conquista foi de trabalho para os campeões. Com o Audax Italiano-CHI pela frente na quinta-feira, em Santiago, pela Copa Sul-Americana, o goleiro só pôde acompanhar tarde da noite a exibição do Botafogo na final.
Do sofá de casa, saboreando uma pizza, Gatito Fernández sentiu a ficha começar a cair. Com dez defesas em 19 cobranças de pênalti pelo Glorioso, ele relembrou seu momento de auge na carreira.
"Precisava estar focado, 100% no momento. São segundos para escolher bem o canto, estudar o batedor para tentar acertar o lado. A gente tem uma ideia do jeito que o cobrador bate, mas nem sempre é o canto que a gente imagina ou lê. Depende muito da intuição, da tranquilidade e de sair no momento certo do gol", revelou o goleiro.
HOMEM DE GELO
O solitário mergulho de Gatito Fernández registrado pelas lentes do fotógrafo Alexandre Brum, do DIA, na comemoração do fundamental gol de Carli, foi um dos raros momentos de descontração do 'gélido' goleiro. Nem mesmo as milhares de vozes que ecoaram no Maracanã, que registrou o maior público do ano no Brasil (58.135 mil pagantes e 64.200 presentes), quebraram a concentração do camisa 25 do Botafogo.
"Depois do jogo, comentei que não havia percebido que o Maracanã estava tão cheio, lotado. Não tinha reparado. Estava muito focado, concentrado em fazer um grande trabalho e sair de lá campeão", admitiu Gatito Fernández.
Depois do primeiro título com a camisa alvinegra, Gatito Fernández não quer parar por aí. Para os que duvidam, o goleiro destaca que a nova taça guardada na sala de troféus de General Severiano é um aviso. É assim que o paraguaio pretende deixar seu nome eternizado na galeria de ídolos do Glorioso.
"Acho que todos entram na história com o título carioca, mas ainda tenho um longo caminho no clube. Respeito a todos, mas, aos poucos, quero escrever minha história no clube, no Brasil, e espero continuar desse jeito", afirmou.