Dirigente do Botafogo, Carlos Augusto Montenegro - Vitor Silva/Botafogo
Dirigente do Botafogo, Carlos Augusto MontenegroVitor Silva/Botafogo
Por Venê Casagrande
Rio - O Supremo Tribunal de Justiça Desportiva determinou o retorno do Campeonato Carioca para o próximo dia 28 de junho, negando o pedido de Botafogo e Fluminense de voltar a campo apenas em julho. Em contato com o 'Dia', Carlos Augusto Montenegro, ex-presidente do Alvinegro, afirmou que o clube não irá recorrer da decisão.

"Estamos tristes e insatisfeitos , mas não vamos recorrer. O Parecer e diagnóstico do Médico da USP, dentro da ciência não valeu muito coisa. Estamos dentro de uma corrida maluca estúpida. Estamos doidos para sair fora dela", disse Montenegro.

Após muita confusão na última semana, onde houve mudança de calendário por várias vezes, ficou definido, por intermédio do STJD, que Vasco, Fluminense e Botafogo jogarão a quarta rodada da Taça Rio no próximo domingo. O Cruz-maltino encara o Macaé em São Januário, enquanto o Tricolor recebe o Volta Redonda no Maracanã. Botafogo joga às 11h, contra a Cabofriense, no Nilton Santos.
Confira o nota emitida pelo clube:
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"Desde o início da pandemia, o Botafogo se posicionou contra o retorno dos jogos com a pressa difundida pela maioria dos clubes do Rio de Janeiro. Além de desconexão com a realidade, uma vez que as estatísticas da COVID-19 seguem em níveis alarmantes, é questão de insensibilidade com as mortes e um mau exemplo para a sociedade — o futebol, como se sabe, pauta costumes, gestos e atitudes da população. Definitivamente, retornar competições dessa forma assoberbada não é a melhor mensagem para o momento por parte de tão importantes influenciadores. Por essa conjunção de fatores, o Clube adiou o seu retorno aos treinos e foi a última equipe carioca a retomar atividades presenciais.
2. Membros conceituados da sociedade médica foram categóricos ao afirmar que, após 90 dias de paralisação de treinos com bola, necessita-se de um período de cerca de três semanas para que se tenha condições adequadas de preparação física. Apesar da recomendação, o Botafogo aceitou reduzir, nos debates no Conselho Arbitral e nos tribunais, o seu tempo de treinos de modo que se alcançasse um consenso para realização de suas partidas apenas a partir de 1º de julho.
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3. É constrangedor ser obrigado a competir no único país que planeja jogos de futebol convivendo com registros, em média, superiores a 1.000 mortes e 30.000 contaminações por dia. O único no mundo a iniciar partidas com essa marca de óbitos e casos. A pressa é sem explicação: não há outras competições, nacionais ou internacionais, agendadas. Não há calendário futuro. Jogar com essas marcas é falta de respeito aos mortos e seus familiares. É sob um recorde fúnebre. Para não enlamear mais o campeonato em que as pessoas perderam o bom senso, o Botafogo está fazendo sacrifícios para encerrar esse triste momento.", escreveu o clube nas redes sociais.