Artur Jorge, do Botafogo, orienta o time no jogo contra o BahiaVítor Silva/Botafogo
Artur Jorge, do Botafogo, contesta a arbitragem: 'Nós não jogamos em slow motion'
Expulsão de Gregore na derrota para o Bahia gerou muita reclamação no lado alvinegro
Salvador - Artur Jorge não escondeu a insatisfação com a expulsão de Gregore na derrota para o Bahia por 1 a 0, que culminou na eliminação do Botafogo na Copa do Brasil, nesta quarta-feira (7). Na entrevista coletiva, o treinador destacou que houve exagerou da arbitragem e ressaltou que os atletas não jogam em "slow motion", isto é, em câmera lenta.
"Eu não posso falar muito sobre isso porque corro o risco de ser penalizado ou castigado por isso. Agora, minha opinião é muito clara, há um exagero evidente sobre aquilo que é o lance em si. Me choca mais ainda ter a oportunidade de ver no VAR para poder perceber o que aconteceu. Nós não jogamos em slow motion, não parem imagens para poder justificar o que quer que seja porque isso torna as coisas muito mais difíceis", disse Artur Jorge.
"Nós não podemos, a partir do princípio de um lance que é disputado, porque tivemos outro lance na área, na nossa área, em que o adversário abriu a cabeça também. Há muito contato, futebol é um jogo de contato. E não me parece, em momento algum, que houvesse qualquer tipo de intenção ou de ação que justificasse o cartão vermelho naquela altura", completou.
A expulsão gerou reclamações de John Textor e de Thairo Arruda, além de outros jogadores. O CEO da SAF, inclusive, garantiu que o Botafogo fará uma representação na CBF.
"Parece ser mal demais acreditar que seja possível. Tendo em conta aquilo que é poder ver as imagens, perceber que não há nenhuma disputa com o braço em cima, não há nada, não há rigorosamente nada, e acabamos por ter um jogador expulso, uma equipe que teve que se transformar, que se reorganizar, que se reinventar para continuar a ser competitiva, e foi muito competitiva", destacou Artur Jorge.
Gregore foi expulso após uma disputa pelo alto com Santiago Arias. Inicialmente, ele não recebeu cartão, mas o VAR sugeriu a revisão no monitor. O árbitro viu contato do volante alvinegro no olho do adversário e apresentou o vermelho.
"Mesmo com dez, o Botafogo é uma equipe muito competitiva até os últimos minutos, lutou sempre até a sua exaustão. Eu não consigo compreender como é que nós acabamos por matar um jogo de futebol, matar um jogo de futebol com uma decisão destas, quando temos a oportunidade de ver, recorrer e perceber que é um lance em que nada justifica para que nós tivéssemos menos um jogador em campo", pontuou o tecnico.
ELOGIOS AO TIME
"Eu não posso pedir mais nadado que aquilo que tivemos hoje dos jogadores do Botafogo. Tivemos um jogo extraordinário do ponto de vista da qualidade do jogo jogado e da sua entrega. Digo isto em relação aos que jogaram, aos que não jogaram, a forma como se comportaram em campo, como sofreram quando tiveram que sofrer e como incentivaram os colegas quando foi preciso incentivá-los também".
PRIMEIRO TEMPO E PREPARAÇÃO
"Tivemos uma primeira parte de grandíssimo nível, me deu imenso prazer em ver a equipe do Botafogo. Preparamos o jogo de uma forma muito séria, muito cuidada. Sabíamos que teríamos um jogo difícil. Fizemos tudo aquilo que era possível fazer dentro do que foi a preparação e do que nos controlamos. Aquilo que nós controlamos é o adversário: como defende; como ataca; como se comporta... Tudo isso nós conseguimos trabalhar, preparar. A equipe de uma resposta tremenda em relação a isso".
MAIS CRÍTICAS
"O tal detalhe que não controlamos estraga o jogo, estraga tudo aquilo que era um espetáculo de futebol e condiciona largamente aquilo que era nossa possibilidade de sair daqui vencedores. Fizemos tudo, particularmente na primeira parte, para conseguir".
"Vocês têm matéria para pegar em muita coisa. Duas crônicas separadas: sobre aquilo que foi o jogo de futebol; e aquilo que acaba por condicionar e fazer a diferença no resultado final. Claramente, não tenho dúvidas nenhumas. Tenho certeza que hoje poderá haver gente saindo envergonhada deste estádio. Não acredito que haja alguém do Botafogo a sair daqui envergonhado, mas que haverá, acredito que sim".
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.