Pedro Lobato marcou presença no Monumental de Núñez, na decisão da Libertadores da AméricaArquivo pessoal

Rio - Os troféus da Libertadores da América e do Campeonato Brasileiro tiveram um sabor especial para os torcedores do Botafogo. Após ver o time perder o título da competição nacional para o Palmeiras no ano passado, depois de abrir 13 pontos de vantagem na liderança, Pedro Lobato, de 22 anos, decidiu parar de acompanhar futebol.
Fanático pelo Glorioso por influência da família, o jovem revelou que não tinha saúde mental para apoiar a equipe no início de 2024, mas o amor incondicional o fez voltar e marcar presença nas arquibancadas nos dois jogos dos títulos alvinegros.

Em entrevista ao O DIA, o botafoguense contou um pouco da experiência durante os cinco meses em que esteve distante. No período, deixou de seguir o clube nas redes sociais, evitou conversas sobre o tema com os amigos e buscou se manter o menos conectado possível.

"Nem cheguei a ver a última rodada do Campeonato Brasileiro, contra o Internacional. Eu me afastei de tudo. Agora, quando assisto alguns programas, descubro coisas que aconteceram enquanto não estava acompanhando", disse o torcedor.

Para Pedro, o confronto mais marcante foi com o próprio Palmeiras, quando o Botafogo levou uma incrível e decepcionante virada e perdeu por 4 a 3 no Nilton Santos. Ele, inclusive, estava no estádio. "Todos sabiam que seria um jogo difícil e importante, mas o roteiro foi surreal", relembrou.

Outra partida que "acabou com qualquer faísca de psicológico" foi o empate em 1 a 1 com o Coritiba, no Couto Pereira. Na ocasião, Tiquinho Soares abriu o placar aos 52 minutos do segundo tempo e, aos 54, Edu balançou a rede para os mandantes.

Em 2024, voltou a assistir ao time no clássico com o Flamengo e reforçou o impacto de Luiz Henrique à época. "Foi o primeiro jogo que vi por completo, acho que porque estive presente na derrota para eles no ano passado, no Nilton Santos. Eu já vinha acompanhando a pré-Libertadores, mas só através de lances e notícias", afirmou.

"Luiz Henrique me cativou. O gol, a comemoração com a máscara, tudo me marcou. Foi importante para mim, já que ainda estava muito desacreditado", ponderou.

Distante de qualquer coisa que envolvesse futebol, o botafoguense nem sequer sabia quais eram os jogadores titulares quando optou por voltar a frequentar o estádio, na derrota por 2 a 1 para o Bahia, em maio, na quinta rodada do Campeonato Brasileiro.

"Tudo era novo. Até determinado momento, eu não reconhecia quase ninguém. Para entender quem era bom e quem não era demorou", brincou.

Emoção de gritar campeão

Presente no Monumental de Núñez e no Nilton Santos, na final da Libertadores da América e na última rodada do Brasileirão, respectivamente, Pedro fez as pazes com o Botafogo e comemorou as taças conquistadas nesta temporada. Na Argentina, porém, não viu o primeiro tempo.

"Eu estava passando mal. Entrei na fila para comprar um hambúrguer e, depois de comer, não tinha mais espaço nas arquibancadas. Fiquei nos corredores. Quando reparei no telão que o Gregore tinha sido expulso, desisti de tentar ver. Sentei no chão e ali fiquei até o intervalo", relatou.

"No fim, foi só alegria, com um pouquinho de alívio, claro. Vi minha família e meus amigos chorando com o título, nunca tinha vivido isso. Eu também chorei muito, senti que tudo tinha valido a pena", complementou.

Dá para sonhar com o Intercontinental?

Mais empolgado do que nunca, o torcedor ressaltou as dificuldades que o Glorioso terá no torneio, mas espera que o time consiga chegar à decisão. A estreia será nesta quarta-feira (11), contra o Pachuca, do México, às 14h (de Brasília).

"Fico na expectativa de que o Botafogo ao menos jogue a final. Os jogadores certamente estão muito cansados por causa do calendário, mas sonhar é de graça", finalizou. 
*Reportagem do estagiário Theo Faria, sob a supervisão de Pedro Logato