No esquema de Tite, Coutinho arma à frente dos volantes, com autonomia para movimentar-se pelos lados. Na estreia, Fernandinho teve um papel mais defensivo, para dar liberdade a Daniel Alves no ataque - Casemiro foi o terceiro meio-campista. Com Arthur, muda a característica, pensando na saída de bola da defesa. Allan é o outro à disposição no setor.
"A gente tem versatilidade na formação do meio-campo com todos. Terminamos contra a República Tcheca com Arthur e Allan. O último jogo com Fernandinho e Casemiro. Arthur e Casemiro, Arthur e Fernandinho... são composições diferentes. Pode dar liberdade ao Dani, deixar o Richarlison como segundo atacante. De todos, uma coisa é certa: sempre o Coutinho com liberdade de criação maior. É esta a ideia", avisou Tite.
"O Fernando dá mais liberdade para o Dani sair, o Allan dá infiltração, o Arthur dá bastante saída. Na iniciação ele dá mais o primeiro passe, a primeira construção. E ele não trabalha entrelinhas. Lá ele fica fora do lugar", analisou.
Sem Neymar, lesionado, Coutinho é o principal candidato a liderança técnica, já que David Neres e Richarlison têm pouca rodagem na Seleção, e nem Roberto Firmino, atual titular, nem Gabriel Jesus viraram unanimidades quando escalados. Na comissão técnica, a ideia é entrosar os convocados a ponto de não ter apenas um destaque.
"Sempre buscamos links entre os atletas. Trabalhar com todos e ter meninos, como Éverton e Neres, Richarlison... Willian, Coutinho ou Paquetá, ou Firmino recuando... é criar links para virar estratégias nos jogos. Temos treinos de misturar titulares e reservas. Quem canta as jogadas, para mim, é quem constrói. Os dois laterais construtores, o Dani e o Filipe, uma construção com Arthur ou Fernando, o Coutinho na sua movimentação, ou o Firmino, um 9 que joga como 10. Buscamos um coral, vários cantores (risos)", explicou o auxiliar Cleber Xavier.
Apesar da vitória por 3 a 0 na estreia, Tite e os jogadores sabem que não podem repetir a atuação do primeiro tempo no Morumbi, quando a torcida chegou até a vaiar a Seleção.
"Vamos fazer dos 20 aos 45 minutos um jogo melhor, ali (contra a Bolívia) não fomos nossa verdadeira equipe. Sem volume, sem finalização... foi onde a equipe esteve abaixo. E o jogo é de 93, 95 minutos. Às vezes tu define no início, ou no fim. A melhoria é preciso", completou.