Com o técnico Tite pressionado, a seleção brasileira, sob desconfiança, ficará frente a frente com o seu algoz na última Copa América. O duelo contra o Peru, hoje, às 16h, no Itaquerão, traz à memória do torcedor a derrota por 1 a 0 na competição de 2016, nos Estados Unidos, que resultou não só na precoce eliminação, ainda na primeira fase, mas na demissão do então treinador Dunga. A meta, agora, é evitar a repetição do vexame para se manter na luta pelo título continental.
Há exatos três anos e dez dias, a Seleção dava adeus à Copa América Centenário ao sofrer um gol de mão de Ruidíaz, aos 30 minutos do segundo tempo, no Gillette Stadium, em Foxborough. A derrota marcou o começo da Era Tite no comando do Brasil. Ele foi apresentado no dia 21 de junho de 2016 e, desde então, soma 38 jogos e uma Copa do Mundo no currículo, com 30 vitórias, seis empates e duas derrotas. O aproveitamento de 84.21%, porém, é abalado pelas últimas — e más — atuações e certa falta de comando em situações envolvendo Neymar fora de campo.
O desgaste ficou acentuado após o pífio 0 a 0 com a Venezuela, em Salvador, o que deixa a Seleção em situação desconfortável na competição que sedia após 30 anos. O empate, hoje, garante a vaga, mas o primeiro lugar do Grupo A só será assegurado com nova vitória. A volta a São Paulo, após os 3 a 0 sobre a Bolívia, na primeira rodada, traz esperança em uma boa exibição da equipe de Tite, que, enfim, deverá deixar o pragmatismo de lado e mexer na formação titular. De preferência com algo que poucas vezes foi visto sob seu comando: versatilidade.
É com Everton Cebolinha e Gabriel Jesus nas vagas de David Neres e Firmino que o Brasil deverá pisar o gramado no Itaquerão. Com eles, a esperança de que os comandados de Tite reeditem o bom futebol apresentado no início da gestão do treinador, com direito a futebol envolvente e nove vitórias seguidas desde a estreia, um animador 3 a 0 sobre o Equador, em Quito, pelas Eliminatórias para o Mundial da Rússia. Foram 25 gols feitos e apenas dois sofridos até a primeira derrota, para a Argentina (1 a 0) em amistoso disputado em Melbourne.
Tite, porém, não revelou a escalação para encarar os peruanos. Mas prometeu uma evolução da Seleção. "Processo criativo e efetividade tem que melhorar. Tem que traduzir posse, qualidade e finalizações que resultam em gol. Essa busca criativa e com eficiência, tem que ter", disse o treinador, pronto para a pressão que sofrerá no Itaquerão: "Quando o resultado não vem, e não cria, e não atende as expectativas, ela é frustrante sim. Claro que sentimos. É humano. São construções, a gente tem que saber lidar com essas situações, com essas exigências".
