
O Brasil terá que exorcizar velhos fantasmas para se manter na briga pelo título da Copa América. Como que revivendo um pesadelo sem fim, os comandados do técnico Tite vão precisar superar um trauma que ainda causa arrepios na torcida. Em clima de reprise de filme de terror, a Seleção, mais uma vez, pisará o gramado do 'mal-assombrado' Mineirão, novamente na semifinal de uma competição em casa, para enfrentar um adversário que começa com a letra A.
Impossível não associar o duelo de terça-feira, com a Argentina, ao fatídico 7 a 1 aplicado pela Alemanha na Copa do Mundo de 2014. Desta vez, porém, espera-se um final feliz, bem diferente daquele proporcionado pela equipe comandada pelo técnico Luis Felipe Scolari, que, sem Neymar, viu o sonho do hexa ser dolorosamente adiado.
Embora o roteiro atual seja parecido ao da catástrofe que resultou na goleada para os germânicos — o camisa 10 do Brasil novamente não estará em campo —, resta a Gabriel Jesus & Cia se agarrarem à façanha de terem exorcizado o Paraguai, outro fantasma que nos amedrontava na Copa América, após eles terem eliminado a Seleção, nos pênaltis, em 2011 e 2015. E ao fato de o Brasil ter vencido todas as edições de Copa América que sediou (1919, 1922, 1949 e 1989).
Tite quer foco total no presente. E minimiza o 'Mineirazo', já que em novembro de 2016, dois anos, quatro meses e dois dias após os 7 a 1, o Brasil voltou ao estádio e fez 3 a 0 na Argentina, pelas Eliminatórias para a Copa da Rússia-2018.
A ordem do treinador é vislumbrar um futuro feliz e vitorioso. Futuro que mira a decisão de domingo que vem, contra Chile ou Peru. O objetivo é estar no Maracanã, e, diferentemente do Mundial de 2014, quando a Seleção não atuou no principal palco do futebol brasileiro, erguer a taça para amenizar a dor de cinco anos atrás.