Alisson, goleiro da seleção brasileira, esbanja confiança para a final da Copa América, domingo, contra o Peru - Lucas Figueiredo / CBF
Alisson, goleiro da seleção brasileira, esbanja confiança para a final da Copa América, domingo, contra o PeruLucas Figueiredo / CBF
Por O Dia
A época de goleiros espalhafatosos acabou. A firmeza de Alisson ao defender a cobrança de falta de Messi, terça-feira, foi um retrato de como a posição está, literalmente, em boas mãos. Apesar de o craque argentino ter batido no ângulo, Alisson estava tão bem posicionado que nem precisou se esticar muito para alcançar a bola. A fase é das melhores: o camisa 1 não é vazado há mais de 14 horas (846 minutos) — ou nove jogos, contando suas atuações por Liverpool e seleção brasileira.

Aos 26 anos, Alisson tem 41 jogos pela Seleção, com 16 gols sofridos. A média de 0,39 gol por partida é melhor até mesmo que a do seu ídolo Taffarel — 99 jogos, 64 gols e média de 0,64. Alisson, aliás, é pupilo do tetracampeão mundial, hoje seu preparador de goleiros na Seleção. A identificação vem de longe: ambos são gaúchos e saíram do Internacional para o futebol italiano. Taffarel para o Parma, Alisson para a Roma.

O atual camisa 1 estreou no gol do Brasil em 2015, ainda com Dunga. Até então, a fama com a torcida era mais pelos olhos azuis e cabelos bem penteados, e menos pelo talento debaixo das traves.

O treinador deixou o cargo após a Copa América, em 2016, Tite entrou e a posição não mudou de mãos. Discreto, Alisson, aos poucos, ficou mais bonito aos olhos dos brasileiros. Em 2018, foi para o Liverpool, à época como o goleiro mais caro da história — deixou a Roma por 72 milhões de euros (R$ 323 milhões). No competitivo futebol inglês, tornou-se absoluto em um time cheio de estrelas. Na Seleção, foi protagonista em diversos momentos. Se todo bom time começa por um bom goleiro, com Alisson, estamos muito bem na foto.

Poupado, mas nome certo na decisão

O primeiro treino da seleção brasileira na Granja Comary, em Teresópolis, foi sob neblina. Mas, mesmo com o tempo bom, não seria possível ver Alisson. O goleiro fez um trabalho de fisioterapia à parte e não foi a campo ontem, por precaução da comissão técnica. Ele ainda sente dores por conta do jogo contra a Argentina, na terça-feira, quando sofreu uma queda em um lance ainda no primeiro tempo e passou o resto da partida com um incômodo na região lombar, mas não preocupa para a decisão.

A curiosidade é que os três goleiros do Brasil já sofreram com dores nesta Copa América. Ederson não foi relacionado para a estreia contra a Bolívia por lesão na panturrilha direita — ele se recuperou para o segundo jogo. Antes das quartas de final, contra o Paraguai, Cássio foi poupado de algumas atividades com um incômodo no quadril.