Por fabio.klotz

Rio - A Copa das Copas precisava durar mais. A final não podia ser decidida em apenas 90 minutos. Palco da decisão novamente após 64 anos, o Maracanã adicionou mais uma trama repleta de drama à sua história. E foi palco da consagração da geração da Alemanha. A qualidade e a insistência falaram mais alto. No segundo tempo da prorrogação, após um empate sem gols no tempo normal, Götze se transformou em herói. Vitória por 1 a 0. A Alemanha é tetracampeã mundial.

Götze se transforma em herói e decide para a Alemanha%3A é tetra!Reuters

O Maracanã não pôde ser palco do título brasileiro, mas viu um time com talento. E com alma verde e amarela. Os alemães deram um show de simpatia e conquistaram o país. A Alemanha teve até humildade na histórica goleada por 7 a 1 sobre a Seleção. Reconheceu a importância do Brasil, mas veio aqui para fazer história. Agora, está a um título do principal vencedor.

FOTOGALERIA: Alemanha vence na prorrogação e é tetracampeã mundial

A Argentina merece destaque. Não abandonou a tradicional raça, mas caiu diante de um time melhor. Messi não pôde se consagrar no Templo do Futebol. E também vai se lembrar para sempre do Maracanã como um pesadelo. Um "Argentinazo". 

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Faltou a seleção brasileira na final, é verdade. O país do futebol sucumbiu, mas foi a casa para uma Copa histórica. Um Mundial recheado de gols (171 ao todo, a melhor marca ao lado da Copa da França), público (o segundo maior de todos os Mundiais) e de criatividade. O que dizer da alegria dos turistas que passaram pelas sedes? E da interação entre jogadores e público? O país conquistou cada povo. E recebeu como retribuição uma Copa inesquecível.  

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Torcida lota o Maracanã na final da Copa do MundoReuters

A final foi um duelo tático e de estratégia. A Alemanha tinha maior posse de bola e qualidade, mas esbarrava na defesa rival. A Argentina não teve vergonha de recuar e apostar no contra-ataque. As chances para definir o jogo surgiram, mas os hermanos pecaram na hora H.

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A torcida brasileira no estádio secou a Argentina como pôde. Teve até grito de "olé" para o toque de bola alemão e música idolatrando Pelé e provocando Maradona.

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O jogo

A Argentina rapidamente mostrou que jogaria no contra-ataque. Lavezzi arrancou, a bola sobrou para Higuaín. O atacante chutou cruzado, na primeira chance de gol, mas Neuer viu a bola passar pela área. Depois foi a vez de Messi descer pela direita, ganhar de Hummels e cruzar. Schweinsteiger salvou. A Argentina recebeu um presente. Kroos tentou recuar, mas deixou Higuaín cara a cara com Neuer. O atacante argentino chutou para fora e perdeu a melhor chance dos hermanos.

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O lado direito era o caminho para a Argentina. Messi abriu para Lavezzi. O atacante cruzou para Higuaín marcar. Porém, ele estava impedido. O gol foi corretamente anulado pela arbitragem. A Alemanha teve de fazer a primeira substiuição. Kramer, escalado após Khedira sentir no aquecimento, saiu para a entrada de Schürrle. O volante havia levado a pior em lance com Garay. Löw colocou o time no ataque.

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A Alemanha, enfim, teve uma chance de gol. Em um raro contra-ataque, Schürrle bateu da entrada da área e obrigou Romero a espalmar. A Argentina respondeu em nova jogada pela direita. Messi arrancou e foi abafado por Neuer. A bola ficou na pequena área e a zaga alemã cortou. No fim do primeiro tempo, em cobrança de escanteio, Höwedes ganhou pelo alto e acertou a trave argentina. A tônica da primeira etapa foi a Alemanha com maior posse de bola e no campo de ataque. A Argentina, recuada, apostava no contra-ataque e era perigosa.

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A Argentina assustou logo no primeiro minuto do segundo tempo. Messi foi lançado e teve a chance de marcar. Porém, o chute do craque foi para fora. A intensidade do jogo diminuiu. A Alemanha continuava com maior posse de bola, mas não conseguia furar o bloqueio argentino. Os hermanos não encaixavam o contra-ataque.

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A Alemanha pressionava, mas faltava caprichar, ora na finalização, ora no último passe. Na reta final do jogo, um torcedor invadiu o campo. O 0x0 persistiu no placar. A final foi para a prorrogação.

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Prorrogação

O tempo extra começou logo com uma blitz alemã. Schürrle obrigou Romero a salvar os hermanos. A Argentina mais uma vez teve a chance de abrir o placar. Palacio ficou cara a cara com Neuer, mas o toque por cobertura foi para fora.

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No segundo tempo, Agüero acertou Schweinsteiger. O alemão começou a sangrar e teve de ser atendido. A qualidade da Alemanha foi recompensada. De tanto insistir, o time abriu o placar. Schürrle achou Götze, que entrara no lugar de Klose. Ele dominou e chutou para estufar a rede. Messi teve a última chance, mas a cobrança de falta foi para fora. A Alemanha é campeã. É tetra!

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FICHA TÉCNICA

Alemanha 1x0 Argentina

Estádio: Maracanã
Público: 74.738 presentes
Árbitro: Nicola Rizzoli (Itália)
Gols: Götze (da Alemanha, aos 7' do 2ºT da prorrogação)
Cartão amarelo: Schweinsteiger e Höwedes (Alemanha) e Mascherano e Agüero (Argentina)
Cartão vermelho: - 

Alemanha: Neuer; Lahm, Hummels, Boateng e Höwedes; Kramer (Schürrle, aos 31' do 1ºT), Schweinsteiger, Kroos e Özil (Mertesacker - 14' do 2ºT da Prorrogação); Müller e Klose (Götze, aos 43' do 2ºT). Técnico: Joachim Löw.

Argentina: Romero; Zabaleta, Garay, Demichelis e Rojo; Mascherano, Biglia e Pérez (Gago, aos 42' do 2ºT); Lavezzi (Agüero, no intervalo), Messi e Higuaín (Palacio, aos 31' do 2ºT). Técnico: Alejandro Sabella.

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