Por O Dia
A primeira Copa do Mundo nasceu da iniciativa do francês Jules Rimet, presidente da Fifa, que desejava fazer um campeonato mundial independente dos Jogos Olímpicos, até então a competição mais importante do futebol. Em 1928, em congresso da entidade, confirmou-se o estabelecimento da Copa, que estreou no Uruguai, nação bicampeã olímpica e que comemorava o centenário da independência em 1930. Várias seleções foram convidadas, e só quatro europeias aceitaram realizar a demorada viagem de navio à América do Sul: Bélgica, Romênia, França e Iugoslávia.
Para convencer a Fifa, os uruguaios investiram um milhão de pesos no evento (uma fortuna para a época) e, inclusive, se ofereceram para pagar a viagem e a hospedagem de cada atleta, que recebeu 75 dólares e mais 50 centavos de dólar de ‘diária’. No fim, prevaleceu a força dos donos da casa, que bateram a Argentina na decisão.
Com as bases já fundadas, a Fifa repetiu a iniciativa em 1934 e 1938, mas agora na Itália e na França, respectivamente – porém, ainda com dificuldades. Só o Brasil, entre as seleções da América do Sul, viajou às duas competições. Entre 1920 e 1946, as seleções britânicas (Inglaterra, País de Gales, Irlanda do Norte e Escócia), fundadoras do esporte, não fizeram parte da Fifa e rejeitaram os convites, desdenhosos em relação ao futebol do resto do planeta. A forte Itália, do ditador Benito Mussolini, sagrou-se bicampeã, superando na decisão a Tchecoslováquia, em 1934, e a Hungria, em 1938. O Uruguai boicotou a Copa de 1934 em represália à ausência de europeus em 1930, e pela primeira vez na história houve eliminatórias (até a anfitriã Itália precisou jogar um mata-mata contra a Grécia).