Filipe Luís precisou buscar soluções rápidas após expulsão de Bruno Henrique no primeiro tempoMarcelo Cortes / CRF

Rio - Apesar da dificuldade imposta pela expulsão de Bruno Henrique ainda no primeiro tempo, o Flamengo conseguiu se reorganizar em campo e segurar o empate sem gols com o Corinthians, neste domingo (20), na Neo Química Arena, para ir à final da Copa do Brasil. Após a classificação, o técnico Filipe Luís explicou que sacou imediatamente Gabigol para a entrada de Fabrício Bruno pois já havia pensado em como agir nessa situação.
"Falaria o mesmo se tivéssemos perdido. Penso em todas as possibilidade dentro do jogo. Anoto, me planejo. Nós sempre planejamos, mas nem sempre sai do mesmo jeito que esperávamos. Uma expulsão sempre é prevista. É um possível cenário do jogo", garantiu Filipe.
"Vivi muitas experiências, já joguei e treinei vários sistemas com um a mais ou um a menos. Nós decidimos muito rápido, já estava previsto que faríamos isso caso isso acontecesse. O time tem que ter uma resposta imediata do treinador para saber o que fazer nesses momentos", completou.
Sem entrar em muitos detalhes sobre a estratégia, o treinador afirmou que sua ideia era reforçar o setor defensivo e obrigar o Corinthians a tomar a iniciativa.
"Uma estratégia que não vou abrir muito. Meu pensamento era proteger a defesa e entregar a bola para o Corinthians e saber que eles iam ter que criar. Muitas vezes a gente vai pressionar, correr riscos e eles têm jogadores rápidos na frente. A partir desse momento, entregar a bola. A gente sabe dos jogadores, a capacidade do Arrascaeta e Gerson, que não perdem a bola. O Erick fez um jogo extraordinário, perde pouco a bola. São jogadores que conseguem segurar e fazem a equipe avançar. A partir do momento que iam forçar a jogada, a gente teria jogadores que iam tirar o time de trás e eventualmente tentar fazer o gol", declarou Filipe Luís.
Apesar de ter conseguido reverter a situação com sucesso, o ex-lateral lamentou pela expulsão de Bruno Henrique, que, segundo ele, era o melhor em campo até levar o vermelho.
"A expulsão foi uma pena porque era o melhor em campo. Estava sendo um perigo constante no lado do Matheuzinho. Atacando e defendendo bem. Perdê-lo e ficar com um a menos foi um golpe importante para equipe, mas tenho um grupo de homens fantásticos e tenho que exaltar o que fizeram hoje, o que se doaram e correram. Mesmo com outro resultado, falaria a mesma a coisa. Conheço o grupo como ninguém e sei a ambição que têm para ganhar. Sou um privilegiado por treinar esse grupo", finalizou.
Agora, o Flamengo enfrentará o Atlético-MG na grande final da Copa do Brasil, nos dias 3 e 10 de novembro. O sorteio dos mandos de campo será na próxima quinta-feira (24), às 15h (de Brasília), na sede da CBF.
O time de Filipe Luís volta a campo no próximo sábado (26), às 19h (de Brasília), contra o Juventude, no Maracanã, pela 31ª rodada do Brasileirão.
Veja outros trechos da entrevista:

Saída de Gabigol

"Meu time eu jogo com um 9 profundo, que ataca o espaço. O Gabi tem essa função no meu modelo. O Pedro machucado, Carlinhos não pode jogar. Que outro jogador ataca melhor o espaço que o Gabriel? Está no melhor momento dele? Não está. Todos nós sabemos. Não vai se recuperar nunca? Não sei, depende dele. Não tem nada a ver com o jogo que ele estava fazendo. Era uma estratégia para o time. A primeira opção é tirar o atacante e deixar no campo jogadores que podem ser resilientes na parte física. Obviamente que eu precisava deixar o Arrascaeta ali porque ele é meia e cobre mais o campo. Foi uma questão estratégica."

Michael sem entrar

"O Michael não entrou por um motivo tático. Mas é um jogador que vai ter minutos praticamente em todos os jogos. Quero ter a melhor versão dele o mais rápido possível. Estou fazendo de tudo por ele e todos."

Função de Arrascaeta

"O posicionamento não estava correto, era algo que queria corrigir, dele e do Gerson, não estavam posicionados como queria. Era um posicionamento mais perto do Bruno. Mas ele tem uma tendência de ficar mais alto. Mas acredito que tenha sido pelos erros que tivemos com a bola no começo, de domínio, a bola estava escapando, demos contra-ataque. Ele acabou correndo e perdendo o posicionamento. Era algo que tentei corrigir o tempo todo."

Sentimento após derrota para o Fluminense

"Um dia depois do clássico, com certeza, deve ter sido uma das piores noites minhas no futebol. Primeira derrota doeu muito. Na manhã seguinte, acordei e entrei no CT e me animei. Recebi uma mensagem do meu grande amigo René Simões parecia que estava no meu cérebro. Tive uma conversa com ele sobre a primeira derrota como treinador profissional. Experiência dura, claro que ia chegar. Tenho plena certeza do que acredito sobre o jogo, não vou abrir mão disso. Ganhando ou perdendo vou continuar. Quando julgarem, é o Flamengo do Filipe, não da opinião da imprensa, da opinião de um diretor. É o que penso, não vou abrir mão ganhando ou perdendo. Me animei e quis contagiar o grupo. Oportunidade de jogar uma semifinal nesse estádio e atmosfera, e os jogadores obviamente querem ser campeões."