Rafael SóbisDivulgação
Sobis relembra título de 2012 e exalta gestão de Abel no Fluminense: 'Só tinha bandido naquele time'
Ex-atacante recordou temporada histórica: 'Fui muito feliz'
Rio - O ex-atacante Rafael Sóbis, tetracampeão do Campeonato Brasileiro, fez algumas revelações sobre os bastidores do quarto título nacional conquistado pelo Fluminense, em 2012. O atleta, que disputou 175 jogos pelo Tricolor, admitiu que a seriedade passava longe do vestiário das Laranjeiras, que não tinha a estrutura necessária para uma equipe de grande porte — o que fazia com que o jogador se surpreendesse com os bons resultados.
"A gente ganhava tudo, cara. Dava tudo certo. A gente nem treinava direito. Ali, eu comecei a “desistir” um pouco do futebol, porque não tinha lógica. Nas Laranjeiras, a gente treinava e não tinha nem grama. A gente tomava banho de cano. Treinando, passava gambá. O vestiário era desse tamanho (tamanho do estúdio). Imagina com 50 pessoas?", revelou.
O atleta reconheceu que o ambiente reunia todos os ingredientes para um péssimo ano, mas o impacto dentro de campo foi oposto: o Fluminense foi campeão do Brasileiro com 77 pontos, somando 22 vitórias, 11 empates e apenas cinco derrotas em 38 jogos. Sóbis ainda destacou o poder de fogo do ex-atacante Fred, hoje também aposentado, que terminou aquela competição com 20 gols marcados — e a artilharia isolada.
"Tinha tudo para dar errado. A gente jogou em Volta Redonda, porque o Maracanã estava em obras. Então, olha só que louco. Quando você sai do seu estádio, a tendência é o time sentir. O Fred fazia muito gol, a bola batia nele e ia no gol. Foi um ano surreal. Fui muito feliz no Fluminense", afirmou.
Por fim, o destaque do atacante foi para o técnico Abel Braga. Segundo Sóbis, a presença de diversos "bandidos" — no sentido figurado — dentro do elenco precisava ser gerida, e ninguém melhor do que o experiente treinador para dar conta do recado.
"E o Abel era um gestor absurdo, né? O velho era fenômeno. Porque só tinha bandido naquele time. Bandido no bom sentido, claro. É que no futebol, os fins justificam os meios. Se tu ganha e faz festa, é “uhul, isso aí”. Mas os dirigentes mais raiz, os caras bebiam junto com a gente. A gente fazia churrasco, festa, e o time ganhando, ganhando, ganhando", finalizou.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.