Rebeca Andrade, Rayssa Leal, Gabriel Medina e Alison dos SantosMontagem/Fotos: AFP

Rio - O Brasil desembarcou em Paris com entusiasmo por uma marca histórica do país nos Jogos Olímpicos. A expectativa é de superar o recorde de 21 medalhas conquistadas nas Olimpíadas de Tóquio, em 2021, e alguns nomes despontam com favoritismo, como a ginasta Rebeca Andrade, a skatista Rayssa Leal, o surfista Gabriel Medina, entre outros. O DIA separou alguns nomes para você, leitor, acompanhar e torcer nos próximos dias.

Rebeca Andrade

Das grandes chances de medalha, quem mais carrega essa esperança é a estrela Rebeca Andrade, da ginástica, com seis competições a serem disputadas em Paris: solo, salto, trave e barras assimétricas, além de possível premiação no individual geral e também na disputa por equipes. Aos 25 anos, a atleta do Flamengo, ouro no salto em Tóquio, vem de grande desempenho no Mundial de 2023 com cinco medalhas - fora do pódio apenas nas barras.
Rebeca já tem duas medalhas olímpicas - ouro no salto e prata no individual geral em Tóquio - e, caso conquiste mais duas, será a mulher com mais premiações em edições do evento de forma isolada. Com três pódios, se junta aos recordistas Robert Scheidt e Torben Grael na prateleira de atletas com maior número de medalhas.

Rayssa Leal, Kelvin Hoefler e Pedro Barros

O Brasil chega forte na disputa pelo skate. Após conquistar três medalhas de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio, o país chega ainda mais forte em Paris e o sonho pelo ouro segue vivo. A principal esperança é Rayssa Leal, na modalidade street. Número 2 do ranking mundial, a "Fadinha" é a atual bicampeã do Street League Skateboarding (SLS).
Já no masculino, Kelvin Hoefler busca a sua segunda medalha olímpica. Em Tóquio, ficou com a prata no street. Mas a principal força entre os homens está no park. Pedro Barros, medalhista de prata na última Olimpíada, é heptacampeão mundial e é uma das maiores referências da modalidade. Augusto Akio e Luigi Cini, números 3 e 4 do mundo, respectivamente, fazem parte da nova geração e também chegam em alta.

Gabriel Medina, Filipe Toledo, João Chianca e Tati Weston-Webb

A Brazilian Storm chegou em Paris. Ou melhor, no Taiti, a maior ilha da Polinésia Francesa, onde será disputado o surfe nos Jogos Olímpicos. O favorito entre os brasileiros é Gabriel Medina. O tricampeão mundial busca se vingar dos jurados após se sentir lesado em Tóquio e aposta no desempenho nas ondas de Teahupo'o para conquistar a inédita medalha olímpica.
Medina tem um histórico invejável em Teahupo'o. Desde 2014, sempre chegou à semifinal da etapa no Circuito Mundial, sendo duas vezes campeão e quatro vezes vice. Em 2024, ficou em terceiro lugar e conquistou a única nota 10 entre os homens. Quem também tirou a nota máxima na prova deste ano foi Tati Weston-Webb, que tem bom desempenho em ondas de tubo, como no Taiti, e é a principal esperança entre as mulheres.
Além deles, não dá para descartar Filipe Toledo e João Chianca. Filipinho é o atual bicampeão da WSL, mas tirou um ano sabático e perdeu toda a temporada. A falta de ritmo e a dificuldade em ondas de tubo podem ser um problema, mas não falta talento para o bicampeão. Já João Chianca recuperou o ritmo na véspera das Olimpíadas após sofrer um grave acidente em dezembro do ano passado, que lhe custou a temporada do Circuito Mundial.

Alison dos Santos

Maior nome do atletismo brasileiro nos últimos anos, Alison dos Santos é o grande destaque na briga por medalhas nos 400m com barreiras e no revezamento 4x400m, que serão disputado entre os dias 5 e 10 de agosto. Campeão do Mundial em 2022 e bronze em Tóquio, "Piu", como é conhecido, é um dos favoritos nas provas em questão.

Duda e Ana Patrícia

Separadas em Tóquio, Duda e Ana Patrícia uniram suas forças e se consolidaram na lista de melhores duplas do vôlei de praia no cenário mundial, liderando o ranking feminino da FIVB (Federação Internacional). Elas jogaram ao lado de Ágatha e Rebecca, respectivamente, e sequer conquistaram medalhas. Este ano, no entanto, entram como favoritas ao pódio nos Jogos de Paris. Desde o início da parceria, foram campeãs mundiais em 2022, do Pan-Americano de 2023, além de etapa do Circuito Brasileiro em 2024 e o quarto lugar em Ostrava, na República Tcheca, pelo Circuito Mundial de Vôlei de Praia.

Ana Marcela, Martine Grael e Kahena Kunze

Nas águas, quem chega para confirmar o favoritismo é Ana Marcela Cunha. Considerada uma das maiores atletas e águas abertas de todos os tempos, a baiana, de 32 anos, vai para sua quarta participação visando defender o status de atual campeã olímpica. Medalhas não faltam em seu quadro. Além do ouro em Tóquio, a nadadora coleciona cinco títulos sul-americanos, sete ouros em mundiais e um ouro nos Jogos Pan-Americanos.
Na vela, modalidade em que o Brasil também é potência, as atuais bicampeãs olímpicas na classe 49erFX, Martine Grael e Kahena Kunze prometem fazer de Marselha, cidade-sede da competição nos Jogos Olímpicos, mais um ponto alto dos brasileiros.

Hugo Calderano

Principal referência do Brasil no tênis de mesa, Hugo Calderano busca a sua primeira medalha olímpica da carreira. Nos Jogos Olímpicos do Rio 2016, chegou às oitavas de final e igualou a marca de Hugo Hoyama, em Atlanta 1996. Já nas Olimpíadas de Tóquio 2021, se tornou o brasileiro com melhor classificação após chegar às quartas. Na época, Calderano era o sexto do ranking mundial e se classificou para a competição olímpica como cabeça de chave, sendo o melhor não-asiático na lista.

Bia Ferreira e Keno Marley

O Brasil vem com altas expectativas para o Boxe. Bia Ferreira foi prata em Tóquio 2020 e, em abril deste ano, tornou-se campeã mundial da modalidade. Já Keno Marley ficou com a quinta colocação na Olimpíada da capital japonesa, mas chega para Paris 2024 após duas medalhas de ouro em etapas na Copa do Mundo da modalidade.

Marcus D'Almeida

Embora não seja um esporte popular no Brasil, o tiro com arco surge como uma das esperanças de medalha para o país com Marcus D’Almeida. Ele chega a Paris 2024 como o líder do ranking mundial da modalidade. Além disso, levou a prata na etapa da Turquia na Copa do Mundo.

Isaquias Queiroz

Um dos porta-bandeiras do Brasil nesta edição, Isaquias é o grande nome brasileiro na canoagem de velocidade. Nos Jogos do Rio, conquistou duas pratas e um bronze. Já em Tóquio 2020, ficou com ouro. Caso conquiste mais duas medalhas, se tornará o maior medalhista olímpico brasileiro.

Quinteto do judô

A experiente Mayra Aguiar desponta como uma das principais esperanças de medalha. Ela, que disputará os Jogos pela quinta vez, já conquistou três bronzes olímpicos e é tricampeã mundial da modalidade. Outro judoca experiente é Rafael Silva, conhecido como Baby. Ele conquistou a medalha de bronze em Londres 2012 e na Rio 2016. Esta será sua última Olimpíada.
Rafaela Silva, por sua vez, foi ouro na Rio 2016. Ela ficou de fora dos Jogos de Tóquio por causa de uma suspensão de doping, mas voltou a lutar no fim de 2021. Já Beatriz Souza chega após conquistar a prata no Mundial de 2022 e o bronze no Mundial de 2023. Neste ano, foi campeã do Pan-Americano. Por fim, vale destacar Daniel Cargnin, que levou o bronze em Tóquio 2020 e ficou em quinto no Mundial deste ano.