Caio Bonfim é o primeiro brasileiro da marcha atlética a subir no pódio em OlimpíadasLionel Bonaventure / AFP
Medalhista na marcha, Caio Bonfim revela que sofreu preconceito na rua
Atleta, que em primeira Olimpíada saiu de cadeira de rodas, coroa resiliência com prata em Paris
Caio Bonfim conseguiu a histórica primeira medalha olímpica para o Brasil na marcha atlética, e para chegar à prata precisou superar uma série de obstáculos comuns ao esporte em geral no país. Além de falta de apoio ou condições ruins de local de treino ao longo da carreira, ainda revelou ter sofrido preconceito ao começar na modalidade.
Ao treinar na rua o passo característico da marcha atlética, rebolando, recebeu ataques e admitiu que isso dificultou, mas não o fez desistir. Pelo contrário.
"Foi difícil desde o dia que eu fui marchar na rua pela primeira vez e fui xingado, e falei para o meu pai que havia decidido ser marchador. E ali eu larguei para esse dia. São quatro Olimpíadas. Terminei carregado em uma cadeira de rodas em 2012. E agora sou medalhista olímpico. Esse momento é eterno", afirmou à CazéTV.
Com mãe ex-atleta e técnica dele de marcha atlética, Caio Bonfim estreou nas Olimpíadas em Londres-2012 e não teve vida fácil. Ao terminar em 37º lugar, precisou ser carregado de cadeira de rodas, diante do desgaste físico e mental.
Em casa, na Rio-2016, bateu na trave com o quarto lugar e ficou na dúvida se teria outra chance como aquela. Em Tóquio-2020, não ficou no top-10 por pouco (13º), mas teve um grande ciclo olímpico para Paris: Bronze no Mundial de Atletismo de 2023 e no Pan-Americano, ouro no Circuito Mundial de Marcha Atlética, em Varsóvia e La Coruña, além de prata em Dudince.
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