Alexandre Mattos e Lúcio Barbosa, dirigentes do VascoLeandro Amorim/Vasco

Rio - Horas após a demissão do diretor Alexandre Mattos, o CEO da SAF do Vasco, Lúcio Barbosa, concedeu entrevista coletiva em um hotel na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, explicou a decisão por parte da cúpula do clube e da empresa estadunidense 777 Partners, dona de 70% das ações.
"Gostaria de agradecer e comunciar o desligamento de Alexandre Mattos, um dos maiores diretores do Brasil. Houve uma quebra de confiança. Sem confiança não conseguimos seguir com trabalho. Não vou entrar em detalhes, mas o principal foi a quebra de confiança. É claro que dentro disso existem vários sub-motivos. Mas não vamos entrar em detalhes por respeito ao Mattos, ao nosso Compliance e ao nosso jurídico", disse Lúcio Barbosa.
Alexandre Mattos deixou o Cruz-Maltino 100 dias após sua contratação, tendo pouco tempo na liderança do departamento de futebol. Neste período, o diretor acumulou polêmicas quanto à relação com a 777 e chegou a ter conversas vazadas onde explicava o processo das contratações. 
O comportamento do dirigente nos bastidores também desagradou à cúpula gestora do Vasco desde o ano passado. Mattos foi contratado para ser homem forte do futebol com toda influência de mercado, mas, além de críticas quanto à condução dos americanos no futebol do clube, também foi alvo de protestos por parte da principal torcida organizada do Gigante da Colina.
Alexandre Mattos foi demitido do Vasco - Divulgação/Vasco
Alexandre Mattos foi demitido do VascoDivulgação/Vasco
"Acho que é natural divergências acontecerem. Sempre que um sempre vai querer um pouco aqui, outro ali. É parte do nosso trabalho. A gente debate muito internamente com a 777. É natural. Ouvi isso do desgaste, e o Mattos me ligou para falar sobre isso. Disse que se sentou com Ramón e com Emiliano e estava tudo resolvido. Houve uma reunião, e eles resolveram isso. Eu não precisei ir ao CT por conta disso", destacou o CEO do Vasco.
Durante a coletiva, Lúcio Barbosa foi questionado sobre poucas aparições dos chefes da 777 Partners e como apenas Josh Wander, líder, se manifestava sobre o planejamento do clube. Para o CEO, esta é mais uma prova de como as coisas no Rio de Janeiro funcionam com toda a a liberdade dos donos da SAF.
"Acho que essa é mais uma prova da autonomia (outros membros da 777 não se pronunciarem). A gente tem a responsabilidade, como diretores, cada um com sua área, eu como CEO tenho responsabilidade no Vasco como um todo. Mas acho que isso prova, mais uma vez, que temos autonomia para trabalhar e que somos cobrados também, todos os dias, por vários assuntos diferentes de cada área. E que temos que dar resultado", afirmou.
"O principal é que temos que respeitar o Vasco, respeitar a empresa, respeitar o planejamento que traçamos em conjunto. E várias vezes podemos mudar esse planejamento. Cada pessoa que entra contribui um pouco para esse planejamento, porque traz uma peça nova. Mas temos esse planejamento e temos comando. Ninguém pode se achar maior que o Vasco, acho que esse é o principal recado que temos aqui."
Confira outros tópicos abordados pelo CEO da SAF do Vasco:
Chegada de novo diretor e processos da 777
"Primeiro que o Vasco por si só já atrai bons nomes, o tamanho do Vasco traz isso. Acho que poucos diretores não teriam desejo de trabalhar no Vasco. E, de novo, autonomia tem e ela vem com responsabilidade e com cobrança. É isso que acontece de vez em quando. E, claro, que cada um com sua área, com seu departamento, mas todos são cobrados por essa autonomia que a gente dá e que a 777 dá."
Há demora por parte da SAF?
"No futebol não podemos prometer nada específico. Podemos reafirmar aqui o nosso compromisso de investir. Estamos entre os cinco que mais investiram na janela. Isso já mostra o nosso apetite. Nossas tomadas de decisões já estão mais rápidas. Não queremos repetir os fantasmas do passado."
Reforços
"O Vasco só não se classificou para a final. Qualquer time do mundo tem variações. Infelizmente o time variou num momento em que não podia. É uma variação para baixo. É natural. Não vamos nos desesperar por isso. É claro que a gente conversa com a comissão técnica sobre reforços. Agora estou mais próximo disso. Mas confiamos muito no nosso elenco."