Rafael Paiva é o técnico do VascoMatheus Lima/Vasco

Rio - O Vasco sofreu a terceira derrota seguida no Brasileirão ao perder para o Internacional por 1 a 0 nesta quinta-feira (21), em São Januário, pela 34ª rodada. Com o resultado, os torcedores criticaram a fase da equipe, chamando de "sem vergonha" e xingou Rafael Paiva. Depois do jogo, em entrevista coletiva, o treinador do Gigante da Colina avaliou o desempenho e afirmou que a torcida é a que mais vaia atletas no futebol brasileiro.
"Não vejo torcida vaiar mais jogador do que a torcida do Vasco. Já falei aqui o exemplo do Pec e do Orellano, que eram jogadores vaiados aqui, e um foi o melhor e o outro o terceiro melhor da liga americana. Acho que aqui a gente sofre muito, todo mundo, torcida, estafe, jogadores, por essa ânsia que a gente tem de ver o Vasco onde o Vasco merece estar, que é disputar títulos", disse Paiva.
"Acho que a gente conseguiu competir. Os últimos dois jogos, contra Botafogo e Fortaleza, nos incomodou demais, a gente não conseguiu competir, tomamos aquela quantidade de gols (t3 a 0 em ambos) porque a gente saiu muito da nossa característica. Sabemos que temos que competir para equilibrar jogos", analisou.
No primeiro tempo, o Cruz-Maltino, de fato, equilibrou o duelo com o Colorado, que vinha de 14 jogos invicto, e chegou a assustar mais. No entanto, o retorno após o intervalo foi abaixo do esperado e marcado por controle da equipe gaúcha. 
"A gente equilibrou, sim. A gente sabe da qualidade do Inter, o que faltou para a gente foi colocar bola na rede, tivemos duas ou três chances claras. São três jogos sem fazer gol, e isso vai pesando demais. Eu não tinha perdido ainda em São Januário, a gente competiu, mas não conseguiu ser feliz nas finalizações. No fim fomos para o tudo ou nada e nos desorganizamos. É horrível ter essa sequência, mas as equipes oscilam muito, temos que continuar acreditando. Temos que quebrar logo essa sequência ruim", destacou.
De olho nas últimas rodadas, o Vasco sonha com uma vaga na fase chamada de Pré-Libertadores de 2025, mas a sequência de tropeços atrapalha a equipe. Atualmente, a lista de classificados para a competição continental vai até o sétimo colocado (Cruzeiro), podendo chegar ao nono em caso de título da equipe mineira na Sul-Americana e do Botafogo na Libertadores.
Com o resultado, o Cruz-Maltino fica na 10ª colocação, com 43 pontos somados. O próximo desafio será no domingo (24), em confronto direto com o Corinthians, na Neo Química Arena - o Timão é o nono, com 44. 

Confira outras respostas de Rafael Paiva:

Parte física
"Acho que tem a ver. Para mim, neste sentido é o perfil do jogador. O Inter tem um perfil físico de jogadores potentes e rápidos. Em alguns momentos, a gente interpreta que a outra equipe está melhor. Temos jogadores de jogar com a bola no pé, temos poucos jogadores de profundidade. Optamos pelo Max, que é mais de controle. A gente sofre muito na transição. Eu não consigo ver essa disparidade física. Temos um perfil do jogo mais de pé, temos o Payet. Não dá para pedir para o Payet atacar o espaço, para o Vegetti puxar o zagueiro para o Payet correr nas costas. O Piton chegou bem ao fundo. Se você opta por uma coisa, perde outra."
Esquema sem Vegetti?
"Incomoda demais ele também. Ele teve duas chances de fazer o gol. Aquela bola do tiro de meta do Inter, a gente conseguiu ganhar, o goleiro saiu do gol e ele poderia bater de primeira. Ainda sobrou no Coutinho, que tentou cavar, mas o jogador do Inter tirou na linha. Teve outra bola que quicou e ele chutou por cima. É um jogador experiente, artilheiro da Copa do Brasil, a gente não pode desconsiderar o que fez. É uma liderança, empurra nossa equipe. O Rayan é um menino de 18 anos, às vezes a gente quer colocar responsabilidade gigante nele, de resolver o jogo. Se a gente precisar trocar em algum momento do jogo, a gente pensa nisso. Mas acredito que o Vegetti vai dar a volta por cima e fazer os gols que a gente precisa na fase final."
Jogadores mais cobrados
"Acho que acaba estourando em alguns jogadores, eu acho injusto. O Léo tem muita qualidade, ele não está à toa aqui. Vejo a mesma coisa o Galdames, é um jogador de nível de seleção chilena. Assim como o Puma foi muito vaiado em algum momento, assim como o Rayan já foi vaiado. Eu não estou defendendo jogadores a qualquer custo, mas eu acho injusto porque são profissionais que se dedicam muito e vão ter mercado quando sair daqui. Então a gente precisa de mais apoio da torcida porque faz muita diferença. O Léo para não ser vaiado tem que fazer uma partida quase perfeita, a gente tem jogadores que às vezes, na minha opinião, erram mais que o Léo e a bomba sempre vai pro Léo, vai pro Galdames."