O Vasco conseguiu uma vitória na Justiça ao ter aceito o pedido de recuperação judicial pela na 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). Com a decisão, contrária a uma ação da 777 Partners, as execuções e penhoras ficam suspensas e o clube poderá reestruturar praticamente a metade da dívida de R$ 1,4 bilhão.
A partir de agora, o Cruz-Maltino terá um prazo de 60 dias para criar um plano de pagamento aos mais de 500 credores, sendo que há uma redução drástica no total a pagar para cada um. Entretanto, essa proposta precisará de aprovação deles em assembleia geral.
Caso a maioria dos credores não aceite, a o clube, inclusive a SAF, abrirá falência, o que permitirá a execução das dívidas. Outros clubes já fizeram o processo, como Cruzeiro e Coritiba, e todos conseguiram a aprovação até o momento.
A vantagem da recuperação judicial
Com a recuperação judicial, o Vasco ganhará um respiro no fluxo de caixa mensal, já que poderá estender o pagamento das dívidas em até 10 anos, com parcelas em valores menores. Além disso, tira a obrigação do clube de separar 20% da receita mensal para o Regime Centralizado de Execuções (RCE), para pagamento de credores.
As dívidas com o Governo Federal não entram nesta conta. Além disso, esse processo é um passo importante para o Cruz-Maltino na tentativa de encontrar um novo investidor para comprar as ações da SAF.
Imbróglio entre Vasco e 777
No pedido de recuperação judicial, a diretoria do clube alega que a antiga controladora da SAF fez a dívida aumentar em R$ 350 milhões, ao não pagar mais da metade dos valores que devia por contratações. Dos 35 jogadores que chegaram em um ano e nove meses, apenas 18% das transações foram quitadas.
A juíza que analisou o pedido ainda considerou que a administração da 777 Partners teve "mau desempenho" e aumentou a dívida.
A empresa americana ainda tenta recuperar as ações que perdeu em uma decisão da Justiça, em maio de 2024. Está marcado para 12 de março o julgamento sobre a liminar concedida a favor do clube pelo controle do futebol.
O pedido da antiga parceira era de que não houvesse qualquer decisão sobre a recuperação judicial até que houvesse uma definição sobre a disputa entre as duas partes pelo controle da SAF.
A 777 Partners tenta recuperar 40% das ações a que teria direito no acordo, mas que perdeu por uma série de irregularidades apontadas pelo Vasco, assim como o não pagamento de uma das parcelas da compra.
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