Produção de mel em Maricá - Foto: Evellen Gouvêa
Produção de mel em MaricáFoto: Evellen Gouvêa
Por MARCELO BERTOLDO

A importância ecológica, econômica e social das abelhas está a serviço de Maricá e de seus habitantes. Em meio à pandemia do novo coronavírus, aproximadamente 420 mil disciplinadas operárias não interromperam a produção na colmeia da Fazenda Ibiaci, no Espraiado. O desafio é elevar o município ao posto de 'capital Fluminense do mel'. Para isso, a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca colocou em prática o plano de recrutamento de abelhas no perímetro urbano do município.

Fundamentais para o equilíbrio do ecossistema, as abelhas divididas em três castas — rainha, operárias e zangões — são os pilares do projeto. Tratados como pragas em muitas regiões, os insetos são resgatados em residências ou terrenos privados e levados para o apiário da Fazenda Ibiaci, que significa 'bondosa terra', em guarani. Qualquer morador pode acionar o serviço pelo 'Disque Abelha', pelo telefone (21) 97462-4039.

"O diferencial no projeto é o recolhimento das abelhas, serviço que não existe no Rio de Janeiro, por exemplo. As abelhas estão em extinção por conta do excessivo uso de agrotóxicos e inseticidas, mas se esquecem que são fundamentais para a agricultura. A polinização é fundamental", explica Carolino Sousa, secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca do município.

Depois da primeira coleta de mel, em maio, a prefeitura pretende ampliar a iniciativa que distribuirá parte da produção em escolas da rede municipal de ensino tão logo chegue ao fim o decreto de isolamento social para conter a covid-19. Os apicultores da prefeitura foram os responsáveis pela retirada dos favos em três das sete caixas na Fazenda Ibiaci. A expectativa é que a produção alcance a marca de 57 litros de mel. As colmeias estão instaladas numa área de encosta, às margens do quilômetro 23,5 da rodovia RJ-106.

Expansão do projeto

Se depender da vontade da prefeitura de Maricá, a colônia de abelhas terá muito trabalho. Um dos projetos futuros para a Fazenda Ibiaci envolve a montagem de um laboratório para o beneficiamento do mel recolhido no apiário. A intenção é ministrar cursos técnicos para 300 alunos da rede municipal, a partir de 2020. Além da 'Casa do Mel', a 'Casa da Farinha' será outro laboratório que deverá ser entregue até o fim do ano, aumentando o leque de opções dos estudantes.

"Teremos produção de mel, farinha e queijo na fazenda. Tudo será ensinado em cursos técnicos. Os alunos terão uma bolsa de estudos no valor de R$ 500 e aprenderão a fazer um pouco de tudo, além de conhecerem a origem dos alimentos", destaca Carolino. 

Toda a produção complementará o cardápio da merenda de boa parte das escolas da região, que conta com cerca de 30 mil alunos. As obras estão em fase inicial.

"Depois de pronto, vamos poder produzir mel e própolis por conta própria. Sobre esta coleta, é importante destacar que o mel é um produto que não se estraga e, por isso, poderemos entregar uma quantidade às escolas de nossa sede quando as aulas retornarem", destaca Julyana, subsecretária de Agricultura, Pecuária e Pesca.

NOVOS NEGÓCIOS

O intervalo de coleta de mel ocorre a cada seis meses. De acordo com a prefeitura, além da importância para o equilíbrio do sistema ecológico da região há, ainda, a possibilidade de geração de novos negócios para o município, já que diversas substâncias produzidas pelas abelhas são matéria-prima para a fabricação, por exemplo, de medicamentos e cosméticos a base de mel e do própolis.

 

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