Economias mais avançadas, que têm acesso às vacinas e "podem esperar uma normalização da atividade este ano", diz o FMIDivulgação/ Fiocruz
FMI diz que acesso às vacinas amplia desigualdades na recuperação econômica
Órgão indica que países com pouco ou nenhum acesso aos imunizantes 'continuarão enfrentando um ressurgimento de infecções e o aumento do número de mortes relacionadas à covid-19'
A recuperação deve ser mais rápida do que o esperado nas economias desenvolvidas, mas mais lenta para os países emergentes, em particular devido ao acesso desigual às vacinas contra o coronavírus, alertou nesta terça-feira (27) o FMI, que mantém sua previsão de crescimento global de 6% em 2021.
"O acesso às vacinas se tornou a principal linha de ruptura que divide a recuperação global em dois blocos", disse o FMI em uma atualização trimestral de seu Relatório Perspectivas da Economia Mundial (WEO).
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De um lado, as economias mais avançadas, que têm acesso às vacinas e "podem esperar uma normalização da atividade este ano". Do outro, países que têm pouco ou nenhum acesso a elas e "continuarão enfrentando um ressurgimento de infecções e o aumento do número de mortes relacionadas à covid-19".
O Produto Interno Bruto (PIB) deve, portanto, crescer mais rápido do que o esperado nas economias desenvolvidas, de 5,6% em 2021 (0,5 ponto a mais do que nas últimas projeções de abril).
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Em contraste, os mercados emergentes e as economias em desenvolvimento devem experimentar um forte crescimento este ano, mas mais lento do que o esperado anteriormente, de 6,3% (-0,4 ponto).
A Índia, devastada pelo ressurgimento do vírus devido à variante delta, vive a desaceleração mais acentuada em suas perspectivas econômicas, com crescimento esperado de 9,5% (-3 pontos). A situação também se deteriora para a China, com crescimento esperado de 8,1% (-0,3 ponto).
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Acesso às vacinas e apoio orçamentário
Quase 40% da população das economias avançadas está totalmente vacinada, em comparação com 11% nas economias de mercado emergentes e uma pequena fração nos países em desenvolvimento de baixa renda, detalha o FMI, que recentemente propôs um plano de US $ 50 bilhões para vacinar pelo menos 40% da população mundial até o final do ano.
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"Eu diria que estamos mais preocupados do que em abril", declarou à AFP Petya Koeva Brooks, vice-diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O surgimento de variantes altamente contagiosas pode custar à economia global US $ 4,5 trilhões até 2025, avisa a economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, em um blog publicado nesta terça-feira.
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"As diferenças de apoio político são uma segunda fonte do agravamento da lacuna" entre os países, comentou ela.
Assim, os Estados Unidos devem experimentar um crescimento de 7% este ano (+0,6 ponto) e 4,9% em 2022 (+1,4 ponto) graças aos planos de investimento em infraestruturas e gastos com políticas sociais que poderão ser adotados em breve no Congresso.
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O FMI enfatiza que esse vigor econômico deve ter um impacto positivo sobre seus parceiros comerciais.
O mesmo ocorre na zona do euro, onde o plano de estímulo “Next Generation” deve estimular o crescimento, agora esperado em 4,6% em 2021 (+0,2 pontos).
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A situação também deve ser melhor do que o esperado no Reino Unido, com o PIB crescendo 7,0% (+1,7 ponto).
Preços dos alimentos em alta
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"Alguns mercados emergentes como Brasil, Hungria, México, Rússia e Turquia também começaram a aumentar suas taxas básicas para evitar pressões de alta sobre os preços", disse Gita Gopinath.
O FMI apela aos bancos centrais para que mantenham seu apoio às economias e não restrinjam suas políticas imediatamente, estimando que "a inflação deve retornar aos níveis pré-pandêmicos na maioria dos países em 2022", apesar do "risco de que pressões transitórias possam se tornar mais persistente".
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O FMI agora espera, para as economias desenvolvidas, inflação de 2,4% em 2021 (+0,8 ponto) e 5,4% (+0,5 ponto) nos países em desenvolvimento.
"A inflação deve permanecer alta até 2022 em alguns mercados emergentes e economias em desenvolvimento, em parte devido à pressão contínua sobre os preços dos alimentos e desvalorizações cambiais, criando uma nova lacuna", comentou a economista-chefe.
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Boas notícias, porém, no plano do comércio internacional, que deve registrar crescimento de 9,7% em 2021 (+1,3 pontos), "apesar das perturbações na oferta no curto prazo".
No longo prazo, para 2022, a projeção para o crescimento do PIB global é elevada em 0,5 ponto, para 4,9%.
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