Edifício residencial danificado na rua Koshytsa, subúrbio da capital ucraniana KievAFP
"Horríveis disparos de mísseis russos sobre Kiev. A última vez que nossa capital experimentou algo semelhante foi em 1941, quando foi atacada pela Alemanha nazista. A Ucrânia derrotou aquele demônio e derrotará este também", declarou Kuleba em uma mensagem em sua conta no Twitter.
Duas fortes explosões foram ouvidas nesta sexta-feira no centro de Kiev, segundo um jornalista da AFP. Os militares ucranianos relataram "disparos de mísseis" russos na capital e a interceptação de dois deles em pleno voo.
O prefeito de Kiev, Vitali Klichko, indicou que três pessoas ficaram feridas, uma delas gravemente, em um bairro residencial a sudeste da capital.
Segundo fontes militares ocidentais, o exército russo está se aproximando de Kiev, onde foi imposto um toque de recolher, com a intenção de "decapitar o governo ucraniano" e instalar um executivo pró-Moscou em seu lugar.
"Tendo sido repelido pelos defensores de Tcherniguiv, o inimigo procura contornar a cidade para atacar a capital. Para isso, ele se lança na direção Kosoltets-Brovary e Konotop-Nezhin-Kiev. Konotop caiu", acrescenta a mesma fonte.
"Eles dizem que os civis não são um alvo. Mas esta é outra mentira deles. Na realidade, eles não fazem distinção entre as áreas em que operam", disse Zelensky em um vídeo.
"Esta noite começaram a bombardear bairros civis. Isto nos recorda (a ofensiva nazista de) 1941", completou na mensagem, divulgada nas redes sociais.
"A segurança do presidente Zelensky é um elemento central do que está acontecendo agora", afirmou Le Drian, na rádio pública France Inter, no momento em que a Rússia intensifica sua ofensiva contra a capital ucraniana, Kiev, onde tiros e explosões foram relatados.
"Estamos em condições de ajudá-lo, se necessário (...) Tomaremos todas as medidas cabíveis", acrescentou o chefe da diplomacia francesa.
Para Le Drian, o presidente russo, Vladimir Putin, quer apagar a Ucrânia do "mapa dos Estados". O ministro francês alertou ainda que a operação russa em curso pode se estender até Moldávia e Geórgia.
A ofensiva provocou clamor internacional, com reuniões de emergência previstas em vários países, e pronunciamentos de diversos líderes espalhados pelo mundo condenando o ataque russo à Ucrânia. Em razão da invasão, países como Estados Unidos, Reino Unido e o bloco da União Europeia anunciaram sanções econômicas contra a Rússia.
A invasão ocorreu dois dias após o governo russo reconhecer a independência de dois territórios separatistas no leste da Ucrânia - as províncias de Donetsk e Luhansk. Com os ataques, Putin pretende alcançar uma desmilitarização e a eliminação dos "nazistas", segundo o presidente russo.
Outros motivos de Putin pela invasão na Ucrânia se dão pela aproximação do país com o Ocidente, com a possibilidade do país do leste europeu fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar internacional, e da União Europeia, além da ambição de expandir o território russo para aumentar o poder de influência na região.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.