Papa FranciscoAFP
O pontífice argentino se deslocou à sede da embaixada russa na Santa Sé, a poucos metros do Vaticano, para manifestar ao embaixador Alexander Avdeev sua "preocupação pela guerra" após a invasão da Ucrânia na madrugada de quinta-feira por parte de tropas russas, informou o porta-voz papal.
Em um gesto inusitado, o Papa Francisco, que cancelou no domingo sua viagem a Florença, no centro da Itália, devido a uma dor aguda no joelho (gonalgia), apareceu de carro na sede diplomática, a poucos metros da Praça de São Pedro, onde permaneceu por mais de meia hora, afirma a página de notícias do Vaticano, Vatican News.
A notícia não foi confirmada pela embaixada russa e o Vaticano não deu mais detalhes sobre o encontro.
Por sua vez, o correspondente da agência de notícias argentina Telam, que estava presente, assegurou que Francisco se encontrou com o embaixador Avdeev, o que muitos interpretaram como uma oferta de mediação do papa.
O pontífice, que pediu na quarta-feira para "preservar o mundo da loucura da guerra", fez inúmeros apelos pela paz e contra a guerra.
Na quinta-feira, poucas horas após o ataque à Ucrânia pelas tropas russas, o Vaticano considerou que "ainda havia espaço para negociações", "para encontrar uma solução pacífica para o conflito russo-ucraniano".
"Os cenários trágicos que todos temiam infelizmente estão se tornando realidade. Mas ainda há tempo para boa vontade, ainda há espaço para negociação", disse o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado e número dois do Vaticano, em comunicado.
A ofensiva provocou clamor internacional, com reuniões de emergência previstas em vários países, e pronunciamentos de diversos líderes espalhados pelo mundo condenando o ataque russo à Ucrânia. Em razão da invasão, países como Estados Unidos, Reino Unido e o bloco da União Europeia anunciaram sanções econômicas contra a Rússia.
A invasão ocorreu dois dias após o governo russo reconhecer a independência de dois territórios separatistas no leste da Ucrânia - as províncias de Donetsk e Luhansk. Com os ataques, Putin pretende alcançar uma desmilitarização e a eliminação dos "nazistas", segundo o presidente russo.
Outros motivos de Putin pela invasão na Ucrânia se dão pela aproximação do país com o Ocidente, com a possibilidade do país do leste europeu fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar internacional, e da União Europeia, além da ambição de expandir o território russo para aumentar o poder de influência na região.
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