Nicolás Maduro considerou 'inaceitável' a declaração emitida na sexta-feira pelo Grupo de LimaFrancisco BATISTA / Venezuelan Presidency / AFP
Presidentes da Colômbia e Venezuela vão se reunir em Caracas na terça
O encontro tem como principal objetivo promover a economia da região e proteger a Amazônia
O presidente colombiano, Gustavo Petro, vai se reunir na próxima terça-feira (1º) com seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, no primeiro encontro entre os mandatários dos dois países desde o rompimento das relações em 2019.
No primeiro encontro presencial como chefes de Estado, os presidentes conversarão sobre "a relação bilateral entre os dois países, a reabertura de fronteiras e a reentrada da Venezuela no Sistema Interamericano de Direitos Humanos", segundo o comunicado do gabinete de Petro.
Após ser eleito, em 7 de agosto, o primeiro presidente de esquerda na história da Colômbia, Petro se propôs a retomar as relações com a Venezuela.
De acordo com o comunicado, Petro "viajará para a cidade de Caracas com sua equipe de trabalho para um almoço com o presidente venezuelano" na terça-feira, 1º de novembro.
O objetivo do encontro será "promover a economia da região" e "a proteção da Amazônia", especificou o boletim, "como parte das reuniões preliminares da COP 27", a conferência do clima da ONU que começa em 6 de novembro, no Egito.
No final de setembro, Colômbia e Venezuela reabriram suas fronteiras de 2.200 quilômetros como um primeiro passo para a reaproximação entre os dois governos.
Caracas e Bogotá cortaram relações em 2019, quando o governo do então presidente Iván Duque reconheceu o dirigente opositor Juan Guaidó como "presidente encarregado" da Venezuela por questionamentos sobre a reeleição de Maduro.
Petro chegou ao poder com uma ambiciosa agenda ambiental, econômica e social, que prevê reformas fiscais, ambientais e o fim do conflito interno por meio de diferentes negociações com os grupos que permaneceram armados após o acordo de paz de 2016 com a já dissolvida guerrilha das Farc, convertida em partido político.
A agenda entre Caracas e Bogotá é ampla. A Venezuela será uma "garantidora" e uma das sedes das próximas negociações entre o governo colombiano e o ELN, a última guerrilha reconhecida no país.
Apesar da assinatura do acordo de paz, a Colômbia está imersa em um conflito interno de mais de seis décadas que deixou mais de nove milhões de vítimas entre mortos, feridos e deslocados.