Washington - Os Estados Unidos vão apresentar no Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) um novo projeto de resolução para impor sanções à Coreia do Norte após o lançamento de seu primeiro míssil balístico intercontinental, informou o embaixador dos EUA na ONU Nikki Haley nesta quarta-feira.
"O laçamento da Coreia do Norte de um ICBM (míssil balístico intercontinental, na sigla em inglês) é uma clara e forte escalada militar", disse Haley no encontro de emergência do conselho após o teste de míssil que Kim Jong-Un chamou de um presente aos "bastardos americanos".
"Nos próximos dias apresentaremos ao Conselho de Segurança uma resolução que aumenta a resposta internacional de forma proporcional à nova escalada da Coreia do Norte", declarou.
Haley afirmou ter conversado com o presidente americano, Donald Trump, sobre o uso de restrições comerciais aos países que mantêm relações com a Coreia do Norte. "Os Estados Unidos estão preparados para usar toda a capacidade para nos defendermos e os nossos aliados", disse.
"Uma das nossas capacidades reside nas consideráveis forças militares. Se tivermos que usar, as usaremos. Mas nós preferimos não ter que ir nessa direção", assinalou Haley.
O Conselho se reuniu em uma sessão de emergência convocada pelos Estados Unidos, pelo Japão e pela Coreia do Sul para encontrar uma forma de responder ao teste do ICBM feito na terça-feira, que os especialistas disseram poder alcançar o Alasca.
A França declarou o seu apoio a uma nova resolução. O embaixador François Delattre disse que deveria "esclarecer o apoio ao endurecimento e fortalecimento das sanções contra o regime da Coreia do Norte".
O Conselho de Segurança adotou duas resoluções no ano passo a fim de pressionar Pyongyang e fazer com que o líder Kim Jong-Un não tivesse os recursos necessários para os programas militares.
Essas resoluções restringiram significativamente as exportações de carvão da Coreia do Norte, uma importante fonte de receita, os bancos e as pesquisas obrigatórias de toda a carga para e da Coreia do Norte. No total, seis conjuntos de sanções foram impostos à Coreia do Norte desde o teste de um dispositivo atômico em 2006.
A Rússia, no entanto, disse se opor a essas novas sanções e que uma opção militar era "inadmissível". "Todos devem reconhecer que as sanções não resolverão o problema", disse o embaixador russo Vladimir Safronkov na reunião.