Diretores e conselheiros do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro em encontro anterior na Câmara - Divulgação / Sergio Gomes
Diretores e conselheiros do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro em encontro anterior na CâmaraDivulgação / Sergio Gomes
Por Irma Lasmar
Niterói - Em comemoração ao Dia Internacional das Mulheres (8 de março), a Diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Estado do Rio de Janeiro - sediado em Niterói - participa da defesa das mulheres jornalistas contra o machismo, ao lado dos demais sindicatos do país filiados à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), em um ato de protesto na segunda-feira, às 17 horas, na frente da Igreja da Candelária, no centro do Rio de Janeiro. Profissionais da categoria, independentemente do gênero, assim como simpatizantes à causa, estão convidados. Segundo dados da pesquisa Perfil do Jornalista Brasileiro, fruto de parceria entre a Fenaj e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), as mulheres jornalistas são maioria nas redações (64%), mas recebem salários menores que seus colegas e não ascendem com a mesma frequência aos cargos de comando.

Recentemente, foi reativada a Comissão de Mulheres da Fenaj, conforme deliberado nos congressos nacionais da categoria e e previsto no Planejamento Estratégico da atual Diretoria, com os seguintes objetivo: criar uma rede de discussões sobre gênero e relações de trabalho no mercado de jornalismo; produzir estudos, pesquisas e orientações sobre a abordagem nas coberturas jornalísticas; combater as desigualdades de gênero, raça e etnia; lutar pelo respeito e pela valorização das trabalhadoras jornalistas; e lutar por um melhor posicionamento da mulher na sociedade.

De acordo com o documento “Mulheres Jornalistas e Liberdade de Expressão”, da Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), lançado em 8 de março do ano passado, “as mulheres jornalistas estão duplamente expostas ao risco de sofrerem violências por exercem a liberdade de expressão e por causa de seu gênero”. A publicação da CDIH aponta que, além dos perigos enfrentados pelos defensores dos direitos humanos e por jornalistas nas Américas, as mulheres comunicadoras estão propensas a riscos adicionais específicos, como nos casos de violência on-line e de atuação em comunidades, inclusive indígenas.

"A necessidade de ampliar o debate sobre questões feministas no movimento sindical dos jornalistas vem sendo ressaltada há tempos, visando o combate às desigualdades de gênero, raça e etnia, ao assédio moral e sexual, entre outros tipos de violência que afetam as profissionais", garante Mario Sousa, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado do Rio de Janeiro.

"A Fenaj manifesta repúdio às violências contra as mulheres em todo o país, especialmente as jornalistas, reiterando o nosso compromisso com a luta das mulheres. Somos solidários à jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo, agredida pelo próprio presidente da República com falas de conotação sexual, gravadas em vídeos e transmitidos ao vivo, num ato de machismo, misoginia e sexismo", dispara a segunda vice-presidente da Fenaj, Samira de Castro.