
“A situação pode ser ainda mais grave, pois existem outras empresas, com circulação menor de linhas, que também estão passando por problemas sérios. Até agora nenhum governo atentou para a questão dos rodoviários, que integram um serviço essencial para a sociedade e estão entregues à própria sorte”, dispara o presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira.
Os rodoviários da empresa niteroiense Garcia firmaram acordo para receber o pagamento integral de março e a empresa estuda fornecer duas cestas básicas; os da Pendotiba e da Nossa Senhora do Amparo (Maricá) farão escala com dez dias de trabalho, e as companhias também estudam o fornecimento de duas cestas básicas; e os da Santo Antônio e da Fortaleza adotarão escala de dez dias. Não houve assembleia na viação Miramar por falta de quórum, uma vez que a empresa está com as operações paralisadas.
Na última sexta-feira, os trabalhadores das seguintes companhias de São Gonçalo decidiram adotar o revezamento de dez dias: Viação Mauá, Icaraí, ABC, Alcântara, Rio Ita, Coesa e Fagundes. Na Brasília, os rodoviários acataram receber uma diária de R$ 70 por causa da grave crise financeira que a empresa atravessa. O revezamento por escala garante o pagamento dos dias trabalhados para os profissionais.
Na terça-feira dia 24 será a vez das assembleias dos rodoviários das empresas Ingá, Araçatuba, Rio Ouro, 1001, Galo Branco e Estrela.
A redução das operações nas frotas e o programa de escala entre rodoviários foram adotados a partir da queda na arrecadação das empresas diante das medidas de isolamento determinadas pelas autoridades públicas para o controle da disseminação do coronavírus (Covid-19).
“Está na hora de os governos pensarem em uma compensação financeira para os trabalhadores, aos moldes do que os Estados Unidos e alguns países europeus estão adotando ou em vias de adotar. Uma complementação salarial já ajudaria para evitarmos uma grave crise social. Não adianta apenas socorrer bancos, o dinheiro precisa circular, o poder de compra precisa ser mantido para a economia não entrar em colapso”, alerta o líder sindical.