Em Niterói está aquele que é considerado uma das maravilhas arquitetônicas mundiais: o MAC  - Imagem Internet
Em Niterói está aquele que é considerado uma das maravilhas arquitetônicas mundiais: o MAC Imagem Internet
Por Luciana Guimarães
Niterói - Única cidade do Brasil a receber o reconhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU), Congresso Smart City e Fira de Barcelona pela atuação para deter o avanço da Covid-19, Niterói se viu em destaque nos noticiários mundiais. As ações rápidas, que priorizaram o atendimento à população mais vulnerável e garantiram ações no âmbito social sanitário ou econômico foram classificados como de excelência. Abriu o primeiro hospital público do País exclusivo para tratamento de pacientes com o coronavírus, com 140 leitos com respiradores, contratou mais de 1.200 profissionais de saúde para ampliar o atendimento na cidade e realizou mais de 109 mil testes gratuitos para a Covid-19. A cidade foi pioneira na sanitização de ruas e comunidades; foram entregues cerca de 2 milhões de máscaras de tecido para os cidadãos, distribuídos 80 mil kits de limpeza para a população mais carente e criado o centro de referência de quarentena, onde pessoas com sintomas leves da doença podem ficar em isolamento, recebendo cuidados médicos e alimentação.
Mas muito antes da Covid, o município já chamava atenção. 7º IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil e melhor do Estado, é um dos principais centros financeiros, comerciais e industriais do estado, sendo a 12ª entre as 100 melhores cidades brasileiras para se fazer negócios. Seu mercado imobiliário é considerado ímpar, por mesmo em tempos de crise, não sofrer real desvalorização. É o 45º município mais rico do Brasil. Somente no setor de petróleo, a região responde por 70% do parque instalado estadual do setor, concentrando desde empresas de offshore a estaleiros. É o segundo maior empregador formal do Estado do Rio de Janeiro, embora ocupe o quinto lugar quanto ao número de habitantes, que correspondem a 4,11% do total da população da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
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Com praias que atraem turistas do mundo todo, espaços teatrais e culturais em profusão, seus cartões postais são reconhecidos facilmente e tem entre museus e monumentos futuristas, como o Museu de Arte Contemporânea - o símbolo do município, construído pelo arquiteto modernista Oscar Niemeyer - e o Teatro Popular de Niterói, suas grandes paixões e orgulho.
Mas o futuro prefeito herdará também grandes desafios como a continuação do enfrentamento a pandemia, a reativação da economia seriamente afetada e geração de empregos, redução da violência e o transporte caótico de uma das 10 cidades mais populosas do Estado. 
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Com uma população que passa dos 513.000 habitantes, no dia próximo dia 15, 391.268 estão aptos a votar e escolher quem será o representante maior da cidade.
É uma corrida que foi, até agora, acalorada e cheia de emoções. Numa eleição sem precedentes por conta do isolamento social, campanhas e candidatos se reajustaram e lutaram voto a voto principalmente nas redes sociais.
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Quem são os prefeitáveis de Niterói:
Axel Grael: ex-vice-prefeito do município, Grael foi secretário de Planejamento na atual gestão. É o candidato a sucessor de Rodrigo Neves, tendo como vice de chapa o presidente da Câmara dos Vereadores, Paulo Bagueira (SD). Eles contam com o apoio de outras 13 legendas: PSB, PV, PCdoB, PT, PTB, Rede, SD, PL, MDB, PP, Avante, Cidadania e Patriota. É engenheiro florestal, gestor público, ambientalista. empreendedor social e consultor. Com os irmãos, Torben e Lars, iatistas medalhistas olímpicos, fundou o Projeto Grael. Tem carreira diversificada, acumulando experiência no setor privado, governamental, na área social, no movimento ambientalista. Na década de 70, ainda aos 17 anos, iniciou a sua militância ambientalista, liderando iniciativas pioneiras em defesa da Baía de Guanabara e a campanha que resultou na criação do Parque Estadual da Serra da Tiririca. Em 2012, elegeu-se vice-prefeito de Niterói (RJ) pelo Partido Verde, na chapa do candidato a prefeito Rodrigo Neves (PT), sendo eleito para o mandato 2013-2016. Na gestão de 2017-2020, ocupou os cargos de secretário da Secretaria Executiva e da Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Modernização da Gestão - SEPLAG. Bagueira é formado em Direito pela Universidade Candido Mendes, vereador há sete mandatos em Niterói e suplente de deputado estadual.
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A engenheira Juliana Benício (Partido Novo) terá o também engenheiro Willie Silva como candidato a vice-prefeito na chapa. Juliana é mestre em Economia e doutora em Engenharia de Produção. Trabalha com gestão educacional há 15 anos e atua como coordenadora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do IFRJ (Campus Niterói), e como avaliadora do INEP/MEC. Silva é formado em Engenharia Química pela UFRJ, com pós-graduação em Produção pela Coope/UFRJ e Gestão Empresarial pela FGV e formado em Direito pela UnilaSalle.
Novamente pelo PSOL, temos Flavio Serafini, que foi o nome do partido nas eleições de 2012 e 2016.  Serafini tem 41 anos, casado e pai de 2 filhos, é niteroiense e professor de Sociologia. Antes de ser reeleito deputado estadual pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) do Rio de Janeiro com 61.754 votos, era professor-pesquisador da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/Fiocruz). Além do trabalho como professor da rede estadual e privada desde 2005, após 2007, dedicou-se à fundação e construção do PSOL em Niterói, sendo presidente do Partido no município por duas gestões (2008-2010 e 2012-2014). Tem como escolhida da legenda para compor a chapa a professora  e pedagoga Josiane Peçanha, que é mestre em História pela Uerj, militante da Educação, sindicalista, pesquisadora e escritora.
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Concorrendo pela terceira vez, Felipe Peixoto (PSD) se uniu ao vereador Bruno Lessa (DEM) que segue como seu candidato a vice-prefeito na chapa. Ambos eram pré-candidatos à Prefeitura, mas ao longo do processo pré-eleitoral decidiram se unir. Felipe dos Santos Peixoto, tem 43 anos, é casado e tem duas filhas. Formado em Administração pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e em Direito pela Unilasalle, ele é especialista em Direito Público pela Escola Superior da Advocacia da OAB e tem MBA em Gestão de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas. Assumiu o primeiro mandato como vereador aos 23 anos e se reelegeu por mais duas vezes. Foi eleito deputado estadual do Rio de Janeiro nas eleições de 2010 com 32.855 votos. Em 2011, assumiu a secretaria de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca (Sedrap), absorvendo a Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Fiperj) e a Central de Abastecimento (Ceasa). Felipe Peixoto também foi secretário de Saúde do governo durante o ano de 2015.Bruno Lessa é vereador em Niterói e cumpre o segundo mandato. Ele é advogado, formado pela Universidade Federal Fluminense (UFF).
Pelo PSL, Deuler da Rocha Gonçalves Junior que tem 56 anos e é delegado de Polícia Federal há 24 anos. Foi superintendente da PF no Amazas e no Amapá, e chefiou o Conselho de Segurança do Meio Norte, a Interpol e as delegacias de Repressão a Entorpecentes, de Crime Organizado e Inquéritos Policiais, de Crimes Contra o Meio Ambiente, Patrimônio Histórico e Cultural, e Marítima, Aérea e de Fronteira. Ele é formado em Direito pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e abriu seu próprio escritório de advocacia após se formar. Ocupou ainda o cargo de técnico processual na Procuradoria da República, para o qual também passou por concurso público antes de ir para a PF. Fez vários cursos, como na Polícia Francesa (Brevet A.E.F.) e na Espanha (Observador de Missões de Paz da ONU). Como vice terá Alexandre Ceotto, do Republicanos. Ceotto é formado em administração de empresas e fez MBA em gestão empresarial.
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No PSTU, o postulante é Sérgio Perdigão: professor de história e que atua na rede municipal e estadual. Já foi candidato a vereador no município, dirigiu o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação de Niterói e está filiado ao PSTU desde 2013. Já o novo candidato a vice-prefeito, Carlos Augusto Machado, é engenheiro aposentado, ex-dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicação do RJ e também filiado ao PSTU. Seu vice, Carlos Augusto Moreira Machado, tem 67 anos e é Engenheiro de Telecomunicações formado pela Universidade Federal Fluminense. É casado, tem dois filhos e um neto. Trabalhou por quase 39 anos na EMBRATEL – Empresa Brasileira de Telecomunicações, de 1975 a 2014. Hoje está aposentado. Além de ter sido ativista do movimento estudantil no seu período na UFF, foi dirigente da Associação dos Empregados da Embratel na década de 1990 e também diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do Rio de Janeiro (Sinttel-Rio) nos períodos 1990-1992 e 2002-2012.
Renata Esteves é a concorrente do PMB. Cidadã niteroiense desde os 4 anos, é advogada com especialidade em MBA tributário pela Fundação Getúlio Vargas. Foi delegada da Ordem dos advogados de Niterói entre 2013 a 2015 e recebeu prêmio da Agência Nacional de Cultura, Empreendedorismo e Comunicação - ANCEC - de melhores do ano de 2016, 2017, 2018 e 2019. Possui forte atuação em defesa da inclusão das mulheres. Sua candidata a vice é Soraia Catarino (PMB), formada em Psicologia e Pós graduada em Terapia de Família pela UFRJ.
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Pelo DC, virá o funcionário público municipal Tuninho Fares. Servidor público há 57 anos, Tuninho Fares, candidato a Prefeito de Niterói pela Democracia Cristã, já exerceu diversas funções na Prefeitura, inclusive cargos de chefia e direção. Afirma que sua experiência profissional propiciou maior conhecimento na área de administração pública. Atuou na Procuradoria Geral do Município e na Secretaria Municipal de Fazenda. Sua candidata a vice é dentista Nubia Matos (DC).
Allan Lyra (PTC) - O empresário de 35 anos, bolsonarista, conservador e católico fervoroso, era pré-candidato a vereador e abriu mão para concorrer à Prefeitura de Niterói. Concorre no lugar do deputado federal Carlos Jordy, também bolsonarista, que perdeu a legenda do PSL em Niterói.  Do Podemos vem o vice-prefeitável: o Subtenente Célio Soares.