Marcella, que é dona de uma loja de bolos na Engenhoca, precisou contratar mais funcionários e adaptar a tecnologia para conseguir dar conta do crescente movimento de entregas, mesmo durante a pandemia - Imagem Arquivo Pessoal
Marcella, que é dona de uma loja de bolos na Engenhoca, precisou contratar mais funcionários e adaptar a tecnologia para conseguir dar conta do crescente movimento de entregas, mesmo durante a pandemiaImagem Arquivo Pessoal
Por Luciana Guimarães
Niterói - Ninguém pode ou quer sair de casa. 
Para Marcella Fernandes, esse foi o gancho que precisava para empreender. Proprietária de uma loja de bolos em franco crescimento na Engenhoca, ela conta que sem o delivery, o negócio certamente não teria prosperado tão rápido como aconteceu de março para cá: "Eu comecei tímida, com uma ideia na cabeça e muita vontade de dar certo. Mas meu movimento é absurdamente superior ao que eu esperava por conta das entregas.", relata ela que já contratou mais pessoal, investiu em um sistema de cobrança mais eficaz e está confiante de que esse é mesmo uma tendência que veio para ficar.
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Desde a chegada da pandemia do novo coronavírus no país e os estados brasileiros declararam estado de emergência e para evitar o avanço do novo vírus, houve o decreto para que funcionassem apenas os serviços essenciais. Serviços e comércios tiveram que fechar as portas e procurar outras alternativas.
Dados da consultoria Food Consulting relataram que as pessoas estão pedindo mais vezes e em maior quantidade, o que fez aumentar em aproximadamente 250% a demanda dos consumidores na pandemia.
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Funcionando como uma opção ao isolamento social imposto pela Covid-19, os aplicativos de delivery fizeram parte da transformação de hábito da população, que recorreu a serviços em modalidades pouco comuns antes da quarentena. Pequenos e grandes empresários puderam assim, manter seus negócios e muitas vezes, ganhar destaque e novo formato.
Com a população isolada e o comércio fechado, as empresas precisaram recorrer às entregas para continuarem funcionando e o setor apontou como uma das principais alternativas para consumidores e comerciantes de Niterói.
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Com um movimento de R$ 10 bilhões anuais, o mercado de delivery no Brasil segue em ascensão. O que antes era dominado somente pelas pizzarias, hoje basta pegar o celular, escolher o aplicativo de serviços e, depois de poucos cliques, receber de lanches simples aos pratos requintados preparados por chefs renomados.
O boom aconteceu em meio a mudança de comportamento do consumidor.
Segundo especialistas do food service, a conveniência, falta de tempo e a facilidade impulsionam a entrega de alimentos por aplicativo. Mas mercados, farmácias e o e-commerce no geral também se mostraram quase que dependentes desse serviço para evitar a falência.
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O estudante Allerson Barbosa de 24 anos, se desdobra para dar conta das entregas que não param: "Aproveitei esse nicho pelo óbvio: estava precisando ganhar dinheiro porque meu trabalho de assistente administrativo ficou parado na pandemia e vi uma real necessidade de mão de obra das empresas. Hoje as entregas que faço dão um reforço e tanto no meu orçamento.", conta ele que faz delivery não só para restaurantes como farmácias, mercados, etc.
Algumas empresas detectaram um aumento muito considerável em seus negócios e, assim, ajudam os varejistas a movimentarem seus caixas, entregadores continuam ganhando e as pessoas ficam em casa. Um ponto observado por uma pesquisa realizada por eBit/Nielsen, parceira da Associação Brasileira de Supermercados, foi o crescimento maior que a média de novos consumidores usando e-commerce no Brasil, ou seja, de pessoas que realizaram pela primeira vez uma compra online.
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O número de clientes no autosserviço chegou até a 45% em alguns dias de março. De acordo com uma outra pesquisa, dessa vez do RankMyAPP, a categoria de delivery, depois de dois meses em declínio, sendo -5% em janeiro e -9% em fevereiro, em março viu um crescimento de 30%. 
De lá pra cá, a curva foi vertiginosamente ascendente. 
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Este perfil de operação demanda uma série de investimentos: desde o atendimento via telefone com entrega terceirizada, até um sistema completo via website e aplicativo, cada formato possui preços e complexidades diferentes e itens como compra e manutenção de veículos, contratação de funcionários, implantação de sistemas e softwares, entre outros custos. 
É mais uma vez, o brasileiro, se reinventando e não se permitindo desanimar...
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