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Niterói - Ricardo Boechat sempre foi apaixonado por Niterói, especialmente o bairro em que viveu, São Francisco, que morou quando chegou da Argentina aos quatro anos de idade até a idade adulta. E agora o espaço de convivência na Avenida Quintino Bocaiúva, no bairro, na altura no número 251, ganhou um novo nome. Foi publicado no Diário Oficial a Lei 3555/20 que torna o local o "Espaço de Convivência Jornalista Ricardo Boechat", em forma de homenagem ao jornalista, que morreu em um acidente de helicóptero em janeiro de 2019.

A área fica no calçadão da Praia de São Francisco e é cercado de pedras o que forma um recanto no meio da linda paisagem do bairro. Nesse espaço, que fica em frente ao restaurante Família Paludo, Boechat se reunia com os amigos, jogava futebol e apreciava a cidade que tanto amava.

Na infância, Boechat conheceu São Francisco no tempo em que era um areal, final dos anos 1950 até anos 70.
O bairro era um enorme e romântico areal, ruas de terra batida, com muita mamona, pitanga, brejos naturais onde a garotada gostava de caçar rã e montar em cavalos que viviam circulando livremente. 

O irmão, Carlos Boechat, está internado no Hospital Santa Martha com Covid-19, mas, mesmo assim, fez questão de mostrar sua emoção ao saber da formalização desse projeto.

"Fico, assim como toda a família, muito orgulhoso por Niterói prestar essa singela, mas muito significativa, homenagem. Esse é recanto muito simbólico na vida dele pois era ali que ele se reunia com os amigos para 'bater uma bola'. Adorava cada momento. Não é nada grandioso mas é ao estilo dele. Fica meu agradecimento por aceitarem a sugestão da família e por transformarem em realidade tal desejo", comentou Boechat, que ainda agradeceu ao vereador Paulo Bagueira, autor da Lei, e o Prefeito Rodrigo Neves.

Segundo Bagueira, a homenagem seguiu orientação dos familiares do jornalista, que gostariam de que a sua memória ficasse perpetuada em um local que ele realmente frequentava e que fosse algo simples e singelo.

"O grande jornalista Ricardo Boechat nos deixou no ano passado de um forma trágica e inesperada. Esse local ele viveu desde a sua infância e que continuava a frequentar, mesmo depois de se tornar um dos mais importantes jornalistas do país. Ali ele se reunia com os amigos para jogar futebol de areia, trocar ideias e polemizar sobre os mais diferentes assuntos. A homenagem faz justiça a esse profissional que sempre destacou em todas as suas passagens pela mídia brasileira, do seu carinho, amor e devoção à cidade de Niterói que sua família escolheu para viver. Fico honrado e orgulhoso de ser o autor dessa iniciativa que é singela, mas cercada de um grande significado", frisou.

O jornalista morreu aos 66 anos no dia 19 de fevereiro de 2019 após a queda do helicóptero em que estava, na Rodovia Anhanguera, em São Paulo. Na época ele estava trabalhando como apresentador do Jornal da Band e da rádio BandNews FM além de ser colunista da revista ISTOÉ. Além dele o piloto Ronaldo Quattrucci também morreu no acidente. 

 

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