Emersão: exposição de Beatriz Almeida abre na próxima semanaDivulgação
Beatriz Almeida, 23 anos, vive e trabalha em Niterói. Bacharelanda de Pintura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, vem se desenvolvendo como artista plástica e, mais recentemente, como curadora e produtora artística.
Sua pesquisa plástica é direcionada para dinâmicas familiares e a repetição de imagens e comportamentos ao longo da vida. Além de questões subjetivas da artista, investiga como o tempo cronológico estrutura o indivíduo de modo que esse fragmente em disparidade aspectos de si, hierarquizando-os a partir dos marcos temporais Passado, Presente e Futuro.
A proposta dos trabalhos é alinhar a questão da fotografia (entendida aqui como um agenciador de memórias e possibilitadora de disrupção das linhas cronológicas) com a pintura, na elaboração de telas a partir do processo de colagem de múltiplas fotos de família. Justapondo diversos registros, de diferentes familiares, intende-se buscar relações e heranças comportamentais que ultrapassam gerações, sempre sendo renovadas e ganhando novos sentidos diante de novos atravessamentos. A artista, assim, propõe questionamentos sobre a infância e a formação subjetiva do indivíduo. As pinturas são feitas com base no cromatismo de fotografias analógicas, seguindo a escala de cinzas de fotos em preto e branco ou tons que remetam ao sépia, na intenção de reforçar a relação mencionada.
Sobre a exposição:
Beatriz Almeida: narrativas impossíveis
Em “Papai Noel é tricolor”, por exemplo, estamos aparentemente diante de uma cena comum: uma criança; o pinheiro de Natal decorado; a cadeira de balanço; a mesa sobre a qual vemos três bonecos musicais de Papai Noel. Não é gratuito que façamos uma descrição tão substantiva. Em sua narrativa impossível, a artista não pode deixar que se forme uma história. O uso da fotografia como base reforça o tempo passado cristalizado no presente. A escala de cinza enfatiza o sentido de algo que já aconteceu. As demais cores se insinuam pelas frestas, se revelam como corpo estranho.
Suas pinturas nos trazem o presente incrustado no passado, pois não se trata de recordar e sim de repetir. Falam da urgência dessa experiência-limite em uma artista jovem que já enfrenta, com honestidade e disposição, a barreira entre a vida e a arte". (Vera Beatriz Siqueira – historiadora da arte; professora do Instituto de Artes da Uerj).
SERVIÇO
Evento: Exposição “Emersão”| Beatriz Almeida
Abertura: 03 de setembro (terça-feira)
Horário: 18h
Visitação: até 01 de novembro
Horário: Segunda a sexta, das 9h às 17h
Valor: Gratuito
Local: Sala José Cândido de Carvalho
Endereço: Rua Presidente Pedreira, 98, Ingá, Niterói
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