Por tamyres.matos

Rio - A tensão nos arredores da Câmara dos Vereadores resultou na invasão do prédio pelos policiais militares do 5º BPM (Praça da Harmonia) e do Batalhão de Choque na noite deste sábado. A PM arrebentou o cadeado da entrada lateral da Casa e entrou no prédio. Eles usaram spray de gás de pimenta e os manifestantes usaram pedras durante o tumulto no Centro do Rio. Após a entrada de um grupo de cerca de 40 PMs na assembleia legislativa, a confusão se tornou generalizada com a explosão de bombas "cabeção de nego", agressões e pessoas desmaiadas.

Policiais invadiram a Câmara dos Vereadores ocupada por professoresLeandro Eiró / Agência O Dia

Mais cedo, a Câmara enviou ofício ao comandante-geral da Polícia Militar, coronel José Luís Castro Menezes, com o objetivo de pôr fim à mobilização. Os profissionais, da rede municipal, não aceitam o plano de carreira do magistério, feito pelo prefeito Eduardo Paes. A Casa alega que tem autoridade para solicitar o uso da força policial sem a necessidade do mandado judicial. No entanto, a ordem da Justiça é exigida pelos professores para que a desocupação seja realizada.

"As pessoas estão tossindo, com a vista ardendo, por causa do spray de pimenta. É um absurdo. Não há nenhuma liminar pra realizar essa desocupação. Não é uma decisão da Justiça. É uma ordem autoritária do governador, Sérgio Cabral, junto com o prefeito, Eduardo Paes, e o aval do presidente da Câmara, Jorge Felippe (PMDB). É um desrespeito de uma Casa que deveria defender o povo. Estamos muito tensas, mas cansadas. Entre as 200 pessoas, há muitas idosas, aposentadas. Não vamos aceitar que a ditadura seja reinstalada. Vamos mostrar para os nossos alunos que a educação é muito importante, sim. Depois disso tudo, vamos processar o estado", relatou a coordenadora-geral do Sepe, Marta Moraes.

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