Por thiago.antunes

Rio - Depois do temporal que provocou enchente em Búzios na madrugada da quarta- feira, o iatista Ricardo Winicki, campeão mundial de vela em 2007, aproveitou o volume de água nas ruas para protestar de uma forma bem diferente. Bimba, como o atleta é conhecido, velejou pelas ruas alagadas em uma prancha de windsurfe, acompanhado da também velejadora Patrícia Freitas, que estava em uma prancha a remo.

O iatista campeão mundial Ricardo Winicki e a velejadora Patrícia Freitas fazem protesto original em Búziosarquivo pessoal

Segundo Bimba, o ato teve como objetivo chamar atenção para a falta de saneamento na cidade. Em tom de ironia, ele publicou em sua página no Facebook: “Treino intervalado de bombeada mais remada pelas ruas de Búzios com a atleta olímpica Patricia Freitas e o técnico Fernando Pasqualin! Realmente a cidade tem sido fantástica para os treinos. Brincadeiras à parte, meus sentimentos a todos que perderam suas casas e tiveram inúmeros prejuízos”, protestou o atleta.

Como era esperado pela previsão de tempo, voltou a chover durante a tarde em Búzios, porém com pouca intensidade. De acordo com registros da estação meteorológica do Campo de Golf, o volume de chuva da quarta-feira foi o maior registrado nos 16 anos em que a estação realiza a medição.
A Defesa Civil informou que a água ainda não baixou em algumas regiões da cidade. A previsão é que até amanhã a situação melhore. Bombeiros farão visitas nas casas alagadas das 39 pessoas que ainda permanecem nos abrigos. Com previsão de chuva até o fim de semana, a Defesa Civil está em alerta para operar, caso volte a chover com força e haja novos alagamentos no balneário.
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Para o Crea, rios precisam de atenção
Uma semana após os temporais que atingiram o estado, especialistas do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ) visitaram os pontos mais afetados da Região Metropolitana, para avaliar os estragos e apontar soluções sustentáveis. Um relatório será entregue ao governo do estado, ao Ministério Público e às prefeituras.
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Segundo o presidente do Crea-RJ, Agostinho Guerreiro, a maioria dos rios está assoreada: “Algumas ações, como as ecobarreiras (redes colocadas nos rios para conter os resíduos sólidos) não estão funcionando. E muitas pontes impedem a passagem da água e precisam ser reformuladas”.
Inea: medidas são tomadas
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Em nota, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou que Nova Iguaçu já é beneficiada por um conjunto de intervenções, desde 2007. “Na primeira etapa de obras foram dragados 60 quilômetros de rios e canais, com a retirada de 5,58 milhões de toneladas de lama e lixo; e reassentadas mais de 3 mil famílias que viviam em áreas de risco de inundação”, diz a nota.
Segundo o presidente do Crea-RJ, a ocupação desordenada e o desrespeito ao Código Florestal são fatores determinantes para enchentes e deslizamentos. “Constatamos topos de morros e áreas de encostas completamente desmatados”, disse Agostinho Guerreiro. Além da Baixada, locais como o Rio Irajá e a Fazenda Botafogo também foram visitados.
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