Rio - Pré-candidato ao governo do Rio, o vereador Cesar Maia (DEM) afirmou ontem que não vai desistir de sua candidatura para apoiar a reeleição do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), conforme defende o presidenciável tucano Aécio Neves. Parte do PMDB do Rio apoia a candidatura de Aécio e de Pezão - o chamado ‘Aezão’. O senador tucano trabalha para que Maia abandone a disputa para que o PSDB feche uma aliança com o PMDB fluminense. O DEM apoia os tucanos nacionalmente.
“A retirada da minha candidatura está fora de discussão. Eu sempre digo para o Aécio: minha candidatura é irremovível. Sua decisão não vai influenciar na nossa relação”, garantiu Cesar Maia, durante o velório do ex-governador Marcello Alencar, no Palácio da Cidade.
“A coligação seria importante para o PSDB em nível nacional, já que eles buscam apoio no Rio, que é o terceiro maior colégio eleitoral do Brasil. Nessa época são normais os encontros políticos, que sempre causam alvoroço. No entanto, eu não poderia apoiar o PMDB, de quem fui oposição nos últimos anos. Seria uma vergonha completa”, argumentou o vereador, que vai se reunir com o presidente nacional do DEM, senador Agripino Maia (RN), e Aécio para bater o martelo sobre a coligação no Rio.
A pré-candidatura do deputado Miro Teixeira (Pros) ao governo do Rio corre o risco de não se concretizar. O deputado Glauber Braga (PSB) voltou a afirmar ontem que o partido vai buscar alternativas de coligação no estado. O PSB do presidenciável Eduardo Campos negocia com dois pré-candidatos ao governo do Rio: Anthony Garotinho, do PR, e Marcelo Crivella, do PRB.
Ex-governador Marcello Alencar é velado no Palácio da Cidade
Sob aplausos de mais de 300 pessoas e missa celebrada pelo cardeal Dom Orani Tempesta foi velado, na manhã de ontem, no Palácio da Cidade, o corpo do ex-governador do Rio de Janeiro Marcello Alencar. Amigos, familiares e lideranças de vários partidos, inclusive de oposição, fizeram questão de dar adeus ao presidente de honra do PSDB, morto na terça-feira por causas naturais, aos 88 anos. O corpo foi cremado em cerimônia para os familiares, no Memorial do Carmo.
“Aprendi a admirá-lo. Apesar de adversários, fomos grandes amigos", disse o governador Luiz Fernando Pezão, que decretou luto oficial até sexta. O presidenciável tucano Aécio Neves se emocionou ao receber do deputado Luiz Paulo Corrêa (PSDB) uma carta escrita, de próprio punho, a poucos dias, pelo ex-governador.
“Caro presidente Aécio, somente o impedimento absoluto me privará de estar ao seu lado no próximo sábado”, escreveu, referindo-se à convenção nacional do PSDB, no sábado, quando será formalizada a candidatura de Aécio. “Ficarei sem meu conselheiro e o Rio sem o governante com o qual o PSDB viveu seu melhor momento”, lamentou Aécio. Um diploma entregue pelo presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), o deputado Paulo Mello (PMDB), a pedido do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), devolveu a Alencar, num ato simbólico, o mandato de senador cassado em 1969 pela ditadura militar.