MPRJ denuncia quadrilha de venda de combustíveis adulterados que contava com ajuda de policiais civis
Esquema criminoso envolvia ao menos sete postos de gasolina localizados em bairros da zona Oeste do Rio
Por O Dia
Rio - O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial em Segurança Pública (GAESP/MPRJ), apresentou, na última quarta-feira, uma denúncia contra dois policiais civis e outras cinco pessoas que integravam uma organização criminosa que atuava na venda de combustíveis adulterados na Zona Oeste do Rio. O esquema criminoso envolvia ao menos sete postos de gasolina localizados nos bairros de Jacarepaguá, Taquara, Campo Grande, Santa Cruz, Vicente de Carvalho e Guaratiba.
As investigações demonstraram que os donos dos postos de gasolina constituíram uma organização criminosa voltada, inicialmente, para a adulteração e venda dos combustíveis. Contudo, com o decorrer das apurações, foi descoberto que policiais civis também trabalhavam para a quadrilha, fornecendo informações privilegiadas sobre fiscalizações e direcionando as investigações de forma a favorecê-los.
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A denúncia aponta ainda que, em um dos casos, os policiais civis chegaram a cobrar R$ 500 para elaborar um termo de declaração ideologicamente falso, na sede da 32ª DP (Taquara), sem que o dono do posto de gasolina investigado sequer precisasse comparecer à delegacia, realizando, assim, uma espécie de “serviço de delivery de depoimento”.
A denúncia foi distribuída na 1ª Vara Especializada da Comarca da Capital e acusa os integrantes do esquema dos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e falsidade ideológica.
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Procurada, a Polícia Civil, via Corregedoria Geral, informa que atuou ativamente nas investigações e está à disposição da Justiça para colaborar com o que for necessário.
"A Polícia Civil ressalta que não compactua com atos ilícitos e que atitudes deste tipo não representam os valores e os princípios da instituição, que vem investindo na capacitação de seus quadros com cursos, novas ferramentas e parcerias. A Sepol reforça que tem como meta a prestação de serviço ao cidadão e o combate à criminalidade", afirma em nota.