Rio - O Sindicato Municipal dos Aeroviários do Rio de Janeiro (Simarj) confirmou que a paralisação de 24h dos profissionais da área chegou ao fim na manhã desta quarta-feira. De acordo com Rui da Silva Pessoa, presidente do sindicato, o ato foi interrompido por conta da liminar obtida pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), na 8ª Vara Federal proibindo as manifestações decretando uma multa de R$ 500 mil por hora.
"Hoje não dá tempo de entrar com o recurso, já que o Judiciário funciona somente até o meio-dia. A greve tinha sido considerada legal e agora colocaram essa multa de R$ 500 mil por hora. Somente por conta disso estamos encerrando a nossa manifestação", diz.
O presidente do Simarj afirma que os aeroviários podem parar novamente na próxima semana. "No dia 16 vamos ter uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Dependendo do resultado, nós vamos fazer uma nova paralisação".
O Simarj iniciou no primeiro minuto desta quinta-feira uma paralisação de 24 horas nos aeroportos Internacional Antonio Carlos Jobim, na Ilha do Governador, Santos Dumont, no Centro do Rio, Jacarepaguá, na Zona Oeste.
Entre as principais reivindicações da categoria estão o reajuste real de 12%; reajuste de 5,6% do teto de R$ 3.248,01 referente ao vale-alimentação, a manutenção da data base em 1º de dezembro, o chamado "Abono Copa", a assinatura da convenção coletiva de trabalho e melhores condições de trabalho.
Durante a madrugada a movimentação foi tranquila no Tom Jobim e no Santos Dumont. De acordo com o vice-presidente do Simarj, José Andrade Cruz, o sindicato garante que 70% dos funcionários que prestam serviços nos aeroportos, serviços gerais, balcões de check in e manutenção, entre outros, foram trabalhar, conforme determinação do Tribunal Regional do Trabalho do Rio (TRT/RJ). Os aeroportuários (comissários, pilotos e funcionários de alfândega) não participaram da paralisação.
José Andrade Cruz também denunciou problemas nas condições de trabalho da categoria nos aeroportos. A equipe do DIA esteve no vestiário masculino do Tom Jobim, usado por funcionários de empresas auxiliares que prestam serviço no aeroporto. Não havia vasos sanitários para os trabalhadores. A situação era a mesma no feminino.
"É um vestiário do tempo das cavernas: sem ventilação e com cheiro de mofo", criticou José Andrade.
A última audiência de conciliação na Seção Especializada em Dissídios Coletivos do TRT acabou sem acordo entre trabalhadores e o Sindicato Nacional das Empresas Prestadoras de Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo (Sineata).