Por paulo.gomes

Rio - A invasão argentina no Rio na semana passada para assistir a vitória da seleção hermana por 2 a 1 na estréia da Copa do Mundo contra a Bósnia e Herzegovina, no Maracanã, e o aumento no número de chilenos na cidade para a partida contra a Espanha, na quarta-feira, acirrou os ânimos na Lapa, bairro boêmio da capital fluminense, na madrugada desta terça-feira. Os dois grupos chegaram a entoar cantos hostis, mas não houve confronto.

O clima ficou tenso por volta das 2h. Para evitar que argentinos e chilenos que estavam aglomerados em um bar na Avenida Mem de Sá, esquina com a Rua do Lavradio, fechassem o trânsito, agentes da Operação Lapa Presente, responsável por combater a criminalidade na região da Lapa, acabaram atirando gás de pimenta para dispersar o grupo. Irritados, alguns acabaram indo embora. Outra parte acabou seguindo para o quarteirão seguinte, na Praça João Pessoa, no cruzamento da Mem de Sá com a Avenida Gomes Freire.

Durante cerca de meia hora, chilenos e argentinos, cerca de 100 turistas de cada lado, ocuparam os dois lados da praça, cortada pela Mem de Sá. Eles gritavam os nomes dos países e cantavam os hinos, entoavam gritos de guerras das arquibancadas, mas também se provocaram, em clima aparentemente amistoso. Alguns argentinos, porém, chegaram a chamar alguns chilenos para a briga. Para evitar que os mais exaltados voltassem a invadir a pista e tumultuassem o trânsito, por diversas vezes os agentes do Lapa Presente tiveram que usar gás de pimenta.

Durante a aglomeração dos torcedores, não foram vistos guardas municipais e PMs dando apoio aos agentes da Lapa Presente, que tentavam escoar o trânsito. Houve retenção. Às 3h, os grupos começaram a dispersar. Não houve brigas, feridos, prisões ou apreensões.

Há séculos, Chile e Argentina discutem os limites sobre o Estreito de Beagle, que divide os dois países na Terra do Fogo. A questão dos aspectos geográfico, estratégico e de recursos naturais quase levou as duas nações á guerra em 1978.

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