Por paulo.gomes

Rio - Cerca de 100 pessoas compareceram na manhã desta terça-feira ao sepultamento do menino Lucas Farias Canuto, de 13 anos, no Cemitério de Jacarepaguá. Consternados, todos lamentavam a morte do adolescente, que foi baleado no peito no último domingo, durante confronto entre PMs da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Cidade de Deus e traficantes.

GALERIA: Sob forte emoção, menino Lucas Farias Canuto é sepultado

Durante o velório, a mãe de Lucas, Ana Cláudia Canuto Farias, chegou a desmaiar e uma amiga dela foi levada para o hospital com parte do corpo paralisado. Luiz Farias, tio do garoto, disse que pedirá ajuda ao governo de outro estado por não acreditar na Justiça do Rio. "Peço ajuda do governo do Ceará ajude nas investigações. Sou de lá e não confio na Justiça e nem na polícia do Rio de Janeiro. Já conseguimos um advogado para orientar a família".

Cerca de 100 pessoas compareceram na manhã desta terça-feira ao sepultamento do menino Lucas Farias Canuto%2C de 13 anosSeverino Silva / Agência O Dia

"O Lucas era um menino esperto, tinha um futuro brilhante. Ele falava em ajudar os pais, sendo jogador de futebol", completou.

Cláudia Inês, professora de Lucas na Escola Municipal José Clemente Pereira, que fica na Cidade de Deus, lembrou que o adolescente era aplicado nos estudos. "Era um menino empenhado nos estudos, nunca arranjou briga. Ele era amigos de todos, seja alunos ou professores".

Corpo de menino de 13 anos é enterrado no Cemitério de JacarepaguáSeverino Silva / Agência O Dia

O grande sonho de Lucas era se tornar um jogador de futebol. Um dos incentivadores do menino, Gilmar Sombreiro, professor da escolinha onde ele treinava, chorava a todo momento dizendo: "Eles acabaram com uma família".

Baleado na localidade conhecida como Caratê

A troca de tiros ocorreu no início da tarde de domingo quando os policiais faziam patrulhamento de rotina na localidade Caratê. Ao passarem pela Reta dos Barracos, os policiais militares foram recebidos a tiros pelos bandidos. Eles revidaram e houve um intenso tiroteio.

Lucas Canuto foi socorrido pelos policiais e levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade de Deus, sendo posteriormente transferido para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. Ele não resistiu e morreu na mesa de cirurgia.

Algumas pessoas passaram mal em enterro e foram socorridasSeverino Silva / Agência O Dia

No início da noite, amigos começaram a deixar mensagens no Facebook de Lucas, lamentando a tragédia. “Um sonho de uma criança de ser tornar um jogador foi interrompido pela injustiça dos homens desse mundo sujo. Hoje estamos sem ele. Lucas Canuto, nesse momento é muito difícil para nossa família a perda de um inocente sonhador. Apesar da sua ida, você estará sempre em nossos corações”, dizia uma delas.

Em outra postagem, um amigo questiona a violência. “Mais uma criança é vítima de tiroteio na Cidade de Deus, em plena Copa do Mundo. Cadê a segurança, presidenta Dilma?”, questionava.

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