Por bianca.lobianco

Rio - Em uma lanchonete de Ipanema, três jovens inglesas se esforçavam para explicar ao balconista, ontem pela manhã, de que frutas eram feitos os sucos tomados por elas na tarde anterior. “Era verde”, repetia uma delas, em mau português, até reconhecer um kiwi no mostruário e apontar para ele. O encantamento por sabores tropicais, considerados ‘exóticos’, tem feito com que estrangeiros adquiram hábitos bem cariocas durante a estadia da Copa. Os comerciantes, é claro, têm faturado.

“Desde o início do Mundial, as vendas aumentaram cerca de 40%. Além do clássico açaí, a procura é alta por sucos de maracujá e abacate. Mas sempre oferecemos a arrebatadora vitamina de fruta-do-conde”, revela o gerente do Polis Sucos, Rodrigo Guedes. Ele é um dos que comemoram o sucesso da paleta de cores e sabores que tem encantado os gringos no Rio dos preços ‘surreais’.

Em Ipanema%2C inglesas provam sucos tropicais%2C considerados ‘exóticos’.Fernando Souza / Agência O Dia

No mesmo bairro, a feira livre da Praça Nossa Senhora da Paz mais parecia um circuito gastronômico. A simpatia dos vendedores e as ‘provas’ das mais variadas frutas tornavam impossível a conclusão do passeio sem uma sacola abarrotada. O alemão Guillermo Lahrsen se encantou pela pitaia, fruta típica do Serrado, vendida a R$ 5 a unidade.

“Very, very good”, dizia durante a degustação. A irreverência ficava por conta do feirante Flávio Giovanni, que servia a fruta na boca dos estrangeiros. “O que encanta é a simpatia brasileira”, afirmava o comerciante. Em uma padaria de Copacabana, o sucesso ficou por conta das fornadas do pão de queijo e das coxinhas de galinha.

“Não duram nem cinco minutos no balcão. Os argentinos compram todas”, disse a caixa Sandra Dias. De fato, o número de camisas com o nome de Messi dava a certeza de que os hermanos se esqueceram das tradicionais empanadas.

Desconfiança alta, gorjeta baixa

Os preços são altos, mas as gorjetas nem de longe acompanham os valores cobrados pelos produtos, garantem os comerciantes. “Os turistas já chegam ressabiados. Pechincham, querem novidades e o menor preço. Sempre acham que estão sendo extorquidos”, afirmou o dono da barraca de frutas na Nossa Senhora da Paz, Alcides de Souza.

Uma das maiores paixões nacionais, a cerveja, considerada “fraca” para os padrões internacionais, é a companheira inseparável de vitoriosos e derrotados na partidas de futebol. E tem sido preterida pelos estrangeiros. “A procura tem sido, majoritariamente, por cervejas típicas dos países”, disse o dono de uma delicatessen em Copacana, Jorge Castro.




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