Por paulo.gomes

Rio - Com sorriso no rosto, muitos alemães aproveitaram o dia para curar a ressaca do título ontem na praia, antes de arrumarem as malas para voltar para casa. “Estou comemorando desde ontem (domingo), quero aproveitar meus últimos momentos no paraíso. Fico encantado com a paisagem e o inverno de vocês é o nosso verão”, disse o executivo Daniel Wird, de 34 anos.

A alemã Nicole Bertels diz que vai sentir muitas saudadesErnesto Carriço / Agência O Dia

Com passagem para retornar à Alemanha marcada para esta terça-feira, o empresário Joachim Walfzuch, de 50 anos, e seu filho Felix, de 18 anos, se atrapalhavam para entrar no mar agitado. Um desafio pequeno perto da aventura de chegar para o jogo em última hora. “Vimos o jogo contra o Brasil pela televisão, virei para o meu filho e disse que a gente estaria no Maracanã na final”, disse. “Chegamos sem saber onde se hospedar e por sorte conseguimos vaga em um hostel na Lapa. Para conseguir ingressos também foi uma saga. Mas valeu a pena, sonho realizado”, contou.

A estudante Nicole Bertelshofer, de 25 anos, mora desde janeiro na comunidade do Tabajara, em Copacabana. “Vimos alguns jogos em um bar da comunidade e eu me diverti muito”, disse. “Devo voltar para o meu país este ano e vou sentir saudade da alegria do povo e das festas”, completou.

Do lado argentino, enquanto muitos dormiam nas areias de Copacabana ou acampados no Terreirão do Samba e na Apoteose, outros começavam a arrumar as malas para pegar a estrada na madrugada de segunda-feira. “Foram 35 horas de viagem e chegamos no domingo pela manhã para ver a Argentina ser campeã no Brasil, mas não foi desta vez. Vamos embora com muita tristeza, mas orgulhosos. Agora, teremos dois dias para voltar”, contou o taxista Nicolas Acúna, de 26 anos, que veio de carro, de San Pedro, no norte da Argentina e arrumava no Sambódromo às 2h30. Na segunda-feira, foram colocados 36 ônibus extras para a Argentina na Rodoviária Novo Rio.

‘Hermano’ tira foto ao lado da pichação da gozação com o BrasilSeverino Silva / Agência O Dia

Na saída, pichação no Sambódromo

Antes de deixar o Rio, alguns ‘hóspedes’ do Sambódromo picharam o local com gozações sobre a goleada sofrida pelo Brasil e ofensas a Pelé. Agentes da prefeitura orientaram os turistas, avisando que poderiam ficar no local até quarta-feira. Depois disso terão que procurar áreas de camping pagas, no Recreio.

O argentino Juan Aguille, 33 anos, de Mendoza, contou que chegou na última quinta-feira ao Rio e achou as condições do Sambódromo ruins, reclamando de banheiros sujos, sem água quente, wifi e tomadas. Porém, outros elogiaram a hospitalidade. “A estadia aqui foi ótima. Alguns conterrâneos não entenderam que nos cederam um local para guardar o carro em segurança e não um hotel”, contou Leandro Gutierrez, que acampou duas noites e se preparava para voltar à Argentina na segunda.

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