Por paulo.gomes

Rio - A partir desta terça-feira, vans e Kombis estão proibidas na Avenida Cesário de Melo, entre a Rua Messias, próximo ao viaduto de Paciência, e a Estrada do Monteiro, em Campo Grande. A determinação foi publicada no Diário Oficial da prefeitura, na segunda-feira, e tem como um dos objetivos impedir a competição do transporte alternativo com o BRT Transoeste. A restrição deve tirar de circulação desse trecho cerca de 700 veículos, que transportam por dia, em média, 30 mil passageiros, segundo cooperativas.

“A gente quer impedir a concorrência entre modais. A quantidade de vans naquele local tem trazido até impactos no trânsito”, argumentou o coordenador de Transporte Completar da cidade, delegado Claudio Ferraz.

Transportes alternativos estão proibidos de trafegar entre a Av. Cesário de Melo e a Estrada do MonteiroJoão Laet / Agência O Dia

Até a próxima sexta-feira, fiscais da prefeitura vão apenas orientar os motoristas e distribuir cópias da resolução para os funcionários das cooperativas, com intuito de informar sobre as punições. A partir de segunda-feira, quem insistir em circular na Cesário de Melo, no trecho proibido, terá que pagar multa no valor de R$ 1.324,60, e o veículo será apreendido.

Se o motorista for multado numa segunda vez, terá a licença cassada. A coordenadoria informou que já enviou ofícios aos batalhões e às delegacias da área para que auxiliem, na questão de segurança, as operações de fiscalização. A notícia pegou passageiros e cooperativas de surpresa. A maior reclamação de quem precisa usar o sistema Transoeste é que os ônibus passam lotados e em intervalos muito longos.

“Tenho Bilhete Único, mas pago a passagem na van com dinheiro, porque gasto somente na estação Cesarão II, onde faço integração, cerca de 1h20 para pegar o ônibus até minha casa, em Sepetiba. É muito cansativo. Esse tempo que fico lá é o suficiente para eu chegar de transporte alternativo em casa. Se a prefeitura aumentar a frota de ônibus, acho que consegue diminuir o problema”, disse o vigilante Sebastião Braz, de 46 anos.

Usuário pede reforço no BRT

Enquanto a equipe do DIA ficou em frente à Estação Prefeito Alim Pedro, em Campo Grande, passaram 30 vans e três veículos do BRT. Não só os ônibus estavam cheios, como também os veículos de transporte alternativo. A constação revela um problema sério da região: por mais que se tenha investido em mobilidade a demanda ainda é muito grande. A Coordenadoria de Transporte Complementar explicou que deve ter reforço de linhas no trecho da Cesário de Melo, com as mudanças previstas. A estratégia foi a mesma usada na Zona Sul, quando as vans foram proibidas.

Portadora de uma doença degenerativa e moradora de Campo Grande, a aposentada Suely Coelho Viana, 57, está com receio. “O problema não é tirar a van. É colocar um transporte eficiente. Desisti do BRT porque só andava em pé. Vamos ver como vou me virar agora”.

Alteração para instaurar o STPL

As alterações na Cesário de Melo, para a prefeitura, são um importante passo para que se dê o processo de reordenamento e prepare a região para a entrada do Sistema de Transporte Público Local (STPL), que tem regras mais rígidas, como a exigência de validadores que permitem a utilização do Bilhete Único Carioca.

Mas, apesar do processo de licitação para novos serviços de transporte alternativo já ter sido concluído pelo município, ainda não há previsão de quando o sistema será colocado nas ruas de bairros como Bangu, Padre Miguel, Senador Camará, Campo Grande, Campos dos Afonsos, Paciência, Inhoaíba, Deodoro e Santíssimo. A previsão inicial é que o novo modelo seja primeiro instaurado na Zona Norte, antes de chegar a essa região.

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