Por felipe.martins

Rio - A campanha para governador Rio de Janeiro, que começou para valer esta semana, com o fim da Copa do Mundo, tem tudo para ser a mais atraente do país. Mais até que a eleição presidencial, já que teremos em campo pesos pesados da política fluminense: o atual governador, Luiz Fernando Pezão, o ex-governador Anthony Garotinho e dois senadores, Lindberg Farias e Marcelo Crivella.

Por fora, com poucas chances, corre o azarão Tarcísio Motta, que espera atrair o eleitorado insatisfeito com os políticos tradicionais, assim como Ney Nunes, do PCB, e Dayse Oliveira, do PSTU, que sonham com os votos do povo que foi às ruas no ano passado.

“É a eleição mais atraente mesmo, com candidatos fortíssimos capazes de acabar com a hegemonia do PMDB no estado. Mas trata-se de um partido fortíssimo, capaz de segurar a barra. É uma eleição imprevisível, cercada de incertezas e suscetível a diversas reviravoltas no quadro político daqui até a eleição”, avalia o cientista político Ricardo Ismael, da PUC-RJ.

Garotinho, Pezão, Tarcísio, Lindberg e Crivella disputam eleição que tem tudo para ser a mais atraente do paísMário Mercante%2C José Pedro Monteiro%2C Fernando Souza e André Luiz Mello

O jogo político no estado é complexo e tem sido visto com uma atenção especial entre os presidenciáveis. A presidenta Dilma Rousseff, por exemplo, ainda não abraçou a candidatura de Lindberg Farias e cerca Pezão de atenção, mas boa parte do PMDB do governador apoia o tucano Aécio Neves, que tem se fortalecido no estado graças ao apoio do partido.

Outra particularidade deste início de campanha é a força dos candidatos que não contam com o apoio direto dos presidenciáveis, casos de Anthony Garotinho e Marcelo Crivella, que lideram as pesquisas mas não têm a seu lado uma gama de partidos suficientes para garantir um bom espaço na divisão do tempo de propaganda no rádio e na TV.

“É uma dificuldade enorme que eles terão de enfrentar. O Garotinho tem a vantagem de ser um excepcional comunicador, o que pode contar a seu favor. Mas tudo ainda pode mudar. Vai ser interessante” aposta Ismael.

Nível de rejeição pode decidir quem vai para o segundo turno

O fato de os quatro principais candidatos serem políticos conhecidos do eleitorado faz com que eles levem vantagem neste início de campanha. Por outro lado, têm também níveis de rejeição que podem decidir a eleição.

Garotinho, por exemplo, tem contra si a classe média e poderosos grupos de comunicação. Pezão traz consigo a impopularidade do governo Cabral. Lindberg, por sua vez, é herdeiro do desgaste natural do governo petista após 12 anos de mandato federal.

E contra Crivella pesa a desconfiança de boa parte da população em apostar num candidato com o nome tão fortemente associado a um grupo religioso.

“Todos querem um segundo turno contra Garotinho, por acharem que este estará isolado politicamente num segundo turno presidencial, enquanto Lindberg e Crivella devem ter o apoio de Dilma. E Pezão, o de Dilma e Aécio”, explica Ricardo Ismael.

A estratégia, no entanto, não é garantia de sucesso. O cientista político não despreza a força do ex-governador Garotinho, mesmo sem uma rede de apoios.

“Ele é um fenômeno eleitoral. Em 2010, cheio de processos nas costas, teve uma votação incrível para a Câmara (700 mil votos). Acho que não dá para a gente descartar nada neste momento”, completa Ricardo Ismael.

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