Intervalo entre os crimes 'protegeu' matador da Baixada, diz delegado
Registros em diferentes delegacias também dificultaram que assassino Sailson fosse descoberto
Por paloma.savedra
Rio - Apesar de ter confessado o assassinato de 43 pessoas, todos na Baixada Fluminense, o serial killer Sailson José das Graças, de 26 anos, nunca foi descoberto na região. Segundo o delegado titular da Divisão de Homicídios da Baixada, Pedro Medina, o fato de os crimes terem sido cometidos em épocas diferentes e registrados em diversas distritais contribuíram para isso.
"O criminoso nunca foi descoberto pelo lapso temporal e também por serem casos distribuídos por algumas distritais, como Duque de Caxias, Belford Roxo e Nova Iguaçu', declarou Medina.
Segundo ele, pelo menos 10 policiais estão debruçados neste caso. "Teremos um trabalho árduo de coleta de documentos em delegacias da Baixada. Já temos sete homicídios e uma tentativa confirmados, como o da Cíntia Messias", disse o delegado.
Ainda de acordo com Medina, Sailson passou a noite tranquilo e não demonstrou arrependimento. Ele foi preso em flagrante nesta quarta-feira, após matar uma mulher a facadas em Nova Iguaçu. Em um depoimento frio na delegacia especializada, ele confessou ter matado outras 42 pessoas. A maioria das vítimas eram mulheres brancas, mortas na mesma região.
"Ficava observando a vítima, estudando. Esperava um mês, às vezes uma semana, dependendo do local. Eu procurava saber onde ela (vítima) mora, como era a família dela, dava uma olhada na casa. Ficava estudando ela. Aí passava um tempinho, eu ia de madrugada e arrumava uma brecha na casa e entrava", disse.
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"É a vontade (de matar) mesmo, não tem jeito. Eu escolho a mulher do meu perfil, o que eu achar que deve ser, vai ser", completou.
Assassino diz cometido primeiro assassinato com 17 anos
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Sailson explicou como cometeu seu primeiro crime. "Comecei a roubar bolsa, coisas pequenas, a fazer pequenos furtos. Aí eu fui crescendo, fui tendo outros pensamentos diferentes. De roubar aí eu comecei a pensar em matar. Com 17 (anos) matei a primeira pessoa, deu aquela adrenalina, primeira mulher. Aí já veio na mente: 'será que eu vou para a cadeia? Será que eu vou preso?' Mas as coisas fluíram bem. Aí foi vindo na mente de fazer mais, aí me acostumei, passei a gostar", afirma.