Por paloma.savedra
Rio - Cerca de 1.300 manifestantes que se concentravam em frente à Câmara dos Vereadores, na Cinelândia, desde o fim da tarde desta sexta-feira, para ato contra o aumento da passagem dos ônibus municipais, saíram em passeata e passaram a ocupar a Rua Araújo Porto Alegre, em direção a Avenida Presidente Antônio Carlos. O ato foi organizado pelo Movimento contra o Aumento das Passagens (MPL).
Em seguida, por volta das 18h40, a multidão chegou à Antônio Carlos e ocupou totalmente a via. De acordo com o Centro de Operações Carioca, não havia opções de desvio de rota para os motoristas. Desocupada pelos manifestantes, a Rua Araújo Porto Alegre foi liberada ao trânsito em torno do mesmo horário. O protesto seguiu pela Rua Primeiro de Março, e, às 19h20, passou a interditar a a pista lateral da Avenida Presidente Vargas. Por volta das 20h, o grupo seguiu para a Central do Brasil, com faixas e cartazes e palavras de ordem sobre o motivo do ato.
Protesto reuniu mais de mil no CentroPaulo Araújo / Agência O Dia

Às 20h10, o grupo tentou pular as roletas da estação para fazer um 'catracaço', para que usuários entrassem de graça no local, mas agentes da SuperVia impediram. Pelo menos sete viaturas do Batalhão de Choque (BPChq) se deslocaram para o local. Outros 100 PMs estiveram no interior da Central. Muitos comerciantes fecharam as portas. O ato seguia pacífico até a última atualização desta matéria. 

Carlos Augusto de Lima, que alimenta o site MIC, relatou que o protesto não tem bandeiras políticas e é apenas contra o aumento da tarifa dos ônibus. Estudantes carregaram diversas bandeiras de partidos de esquerda. José Antonio, do MPL, relatou que a intenção do ato é chegar até o terminal e fazer uma pressão popular pela tarifa zero, como é feito na cidade de Maricá.

Manfestantes fazem protesto contra o aumento de tarifas dos ônibusReprodução Facebook

Por volta das 21h, o protesto deu sinas de dispersão. No mesmo horário, a Presidente Vargas foi totalmente liberada do sentido Candelária.

Manifestantes protestam contra reajuste

Desde o dia 2 de janeiro, a tarifa, que era de R$ 3, foi reajustada e as concessionárias passaram a cobrar R$ 3,40 dos passageiros. O evento foi organizado pelo movimento Passe Livre do Rio de Janeiro e tem, na página do Facebook, 11 mil pessoas confirmadas. 

Além de desagradar aos usuários, o reajuste motivou ainda uma ação judicial proposta pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. Alegando que o contrato entre o município e as empresas previa aumento para R$ 3,20, o MP entrou com um pedido de liminar para suspender a cobrança do valor. Nesta segunda-feira, a Justiça negou o pedido e o órgão já informou que vai recorrer da decisão.

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Na decisão judicial, o juiz do plantão judiciário alegou que, antes do posicionamento da Justiça, a prefeitura deveria se manifestar, justificativando as razões para o valor do aumento. Na ação, o promotor Rodrigo Terra ressalta que o contrato de concessão não prevê o reajuste de 13% da passagem.
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A polêmica levou ainda o Tribunal de Contas do Município (TCM) a abrir uma auditoria para analisar o aumento de 40 centavos na passagem. O órgão vai apurar se houve desobediência aos contratos. 
Colaborou Marcelle Bappersi
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