Rio - Durante a cerimônia de substituição da Força de Pacificação pela Polícia Militar, nesta terça-feira, no Complexo da Maré, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, rebateu as críticas feitas ao inquérito policial que apontava o primeiro menor apreendido por envolvimento na morte do médico Jaime Gold. "Não podemos fazer ilações", disse ele, lembrando a decisão judicial que condenou o primeiro e o terceiro menor apreendidos.
Leia mais:
Caso Jaime Gold: Justiça condena primeiro e terceiro menores
Governador sanciona lei que proíbe porte de arma branca
Os dois jovens deverão cumprir medidas socioeducativas e internação em unidade do Degase por até três anos ( a medida, no entanto, será reavaliada a cada seis meses, para acompanhar o progresso dos adolescentes). O segundo adolescente, apreendido por agentes da Divisão de Homicídios, foi absolvido.
Apesar de a apreensão do primeiro menor ter sido questionada e criticada e de o depoimento do segundo adolescente tê-lo 'absolvido', a sentença o considerou responsável pela morte do ciclista.
"Eu sempre disse que não podemos trabalhar em cima de ilações. Temos que esperar o final das investigações. E essa conclusão do Judiciário vem corroborar o que o presidente do inquérito tinha como verdade desde o início", declarou Beltrame.
Questionado sobre o tempo de internação dos adolescentes, o secretário lembrou que o período é determinado pela lei: "A lei diz que o menor tem que ficar aprerendido por três anos. Não é o secretário que está dizendo isso. É a lei".
MP pediu absolvição dos outros adolescentes
No último dia 17, o Ministério Público havia pedido pediu à Justiça a aplicação de medida socioeducativa ao primeiro adolescente apreendido. Aos outros dois menores suspeitos de envolvimento no caso, o MP requereu a absolvição, mesmo com as confissões da dupla de participação no crime. O depoimento dos dois jovens também chega a absolver o primeiro adolescente.
No entanto, o MP alegou que o pedido de aplicação de medidas ao primeiro menor teve como base "o reconhecimento do adolescente pela testemunha do fato, os depoimentos dos policiais responsáveis pela investigação, as imagens captadas pela câmera do posto de gasolina próximo ao local do fato, entre outros indícios apurados ao longo do processo".
Além disso, o órgão diz que apesar dos depoimentos dos outros dois menores, "não há provas no processo que confirmem as confissões deles".